A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse na quinta-feira que o bloco atingiu um acordo justo e equilibrado com o Reino Unido, depois de uma prolongada negociação de última hora sobre os pontos críticos relativos ao relacionamento futuro.
"Finalmente chegamos a um acordo", disse ela em uma entrevista coletiva na sede da Comissão Europeia.
"Foi um caminho longo e sinuoso, mas tínhamos um bom acordo para mostrar", acrescentou.
Foi dito que o esboço do acordo comercial foi atingido no final da quarta-feira, e que os negociadores trabalharam toda a noite para finalizar o texto que abrange não só o comércio de bens e serviços, mas também investimento, competência, pesca, proteção de dados e segurança social, entre outros temas.
"É justo, é um acordo equilibrado e é a coisa certa e responsável a ser feita por ambas as partes", disse von der Leyen.
Segundo a comissão, o acordo reflete o fato de que o Reino Unido deixará o mercado único do bloco, mas "de forma alguma igualará as vantagens significativas que desfrutava como Estado-membro da UE".
Uma base equitativa será obtida em âmbitos como proteção ambiental, combate à mudança climática e fixação do preço do carbono, direitos sociais e trabalhistas, transparência fiscal e ajuda do Estado, indicou a comissão em um comunicado de imprensa.
Como parte da estrutura para assegurar uma governança eficiente, será estabelecido um Conselho de Parceria Conjunta para garantir que o acordo seja aplicado e interpretado de forma adequada.
Ambos os lados concordaram com a gestão conjunta dos recursos pesqueiros nas águas da UE e do Reino Unido, removendo o último obstáculo nas negociações que visam concluir o período de transição no final de 2020, conforme exigido pelo Acordo de Retirada.
Von der Leyen afirmou que a Europa poderá "deixar o Brexit para atrás e olhar para o futuro", embora o acordo tenha sido fechado em um estágio muito mais tardio do que o esperado.
Citando "circunstâncias excepcionais", a comissão propôs aplicar o acordo, uma vez aprovado pelos Estados-membros da UE, em uma base provisória por um período limitado até 28 de fevereiro de 2021.
O acordo deve ser aprovado pelos 27 Estados-membros da UE e pelo Parlamento Europeu antes da entrada em vigor.