Por Zheng Haiou, Diário do Povo
A cidade de Linxia, na província de Gansu, cuja população é maioritariamente da etnia Hui, tem beneficiado do estabelecimento de oficinas alívio da pobreza e criação de emprego de patrimônio cultural imaterial. Muitos habitantes locais conseguiram empregos estáveis, auferindo uma renda média mensal de mais de 4.000 yuans.
A falta de qualificações é geralmente um fator determinante que impede as famílias atingidas pela pobreza de aumentarem sua renda. As áreas onde residem minorias étnicas e áreas desfavorecidas são, todavia, geralmente ricas em artesanato tradicional. As características distintas e vários recursos de patrimônio imaterial, como recortes de papel, bordados, pintura, construção arquitetônica são algumas das vantagens com potencial econômico e cultural.
A aprendizagem de um destes ofícios possibilita que uma família possa deixar a pobreza e obter uma renda digna. Desde julho de 2018, o Ministério da Cultura e do Turismo da China tem apoiado a construção de oficinas e a distribuição de empregos visando a redução da pobreza e a proliferação do patrimônio cultural intangível.
Até agora, o alívio da pobreza no âmbito do patrimônio cultural intangível e oficinas de emprego em várias regiões levaram a mais de 2.200 projetos, que geraram empregos para quase 500.000 pessoas e ajudaram mais de 200.000 famílias pobres a deixar a pobreza.
Localizada nas montanhas profundas, a vila de Maliao, na prefeitura autônoma da etnia Dong, em Guizhou, estabeleceu ao longo dos últimos anos oficinas de redução da pobreza e criou empregos relacionados com o patrimônio cultural intangível. Porém, devido ao impacto da pandemia no início do ano, o número de turistas diminuiu, afetando o setor.
As boas notícias regressaram em junho. Para resolver os problemas relacionados com as vendas de produtos de patrimônio cultural imaterial, com o apoio do Ministério da Cultura e Turismo, do Ministério do Comércio e do Escritório de Alívio da Pobreza do Conselho de Estado, várias plataformas de comércio eletrônico organizaram em conjunto o "Festival de Compras do Patrimônio Cultural Imaterial". Empresas e oficinas de redução da pobreza e emprego do patrimônio cultural imaterial realizaram atividades de vendas em diversas plataformas online.
O ourives Pan Shixue, da etnia Miao, recebeu treinamento para aprender a vender seus produtos on-line, passando a ter conhecimento sobre o enorme potencial deste canal de vendas.
Nas oficinas de emprego decorrem aulas de treinamento em técnicas de artesanato tradicional, visando melhorar as capacidades de produção dos moradores e o desenvolvimento do mercado. Foram também organizadas exposições e campanhas de publicidade e vendas em vários pontos turísticos.
Mu Shuping, habitante da vila de Sanshipu, na província de Gansu, afirma que “antes, trabalhar no exterior era a única forma das famílias pobres locais aumentarem sua renda”. A criação de uma oficina focada no bordado Longxi permitiu a Mou e mais 20 outras mulheres regressar a casa e se dedicarem a um ofício local.
“Os bordados são uma nova fonte de rendimento. As crianças e os idosos estão felizes, e a vila está mais animada e enérgica”, afirma. Este é um dos vários casos que têm vindo a decorrer um pouco por todo o país.