O Ministério da Saúde brasileiro anunciou nesta quarta-feira que poderia iniciar a vacinação contra a COVID-19 ainda este mês se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder uma autorização emergencial à farmacêutica Pfizer para utilizar sua vacina no país.
Em uma entrevista ao canal de televisão CNN, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a vacinação poderia começar este mês ou em janeiro, desde que a empresa consiga "adiantar" uma entrega de doses.
"Se fecharmos o contrato com a Pfizer e se a Pfizer conseguir a autorização emergencial e nos adiantar uma entrega, isso pode acontecer em janeiro ou até em dezembro", afirmou Pazuello.
O governo brasileiro se reuniu nos últimos dias com representantes das farmacêuticas que desenvolvem vacinas contra a Covid-19 para negociar possíveis compras. Até agora, o governo fechou com a AstraZeneca a compra de 100 milhões de doses por 1,99 bilhão de reais (US$ 385 milhões).
Na terça-feira, o ministro da Saúde se reuniu com os 27 governadores, que pediram que o governo compre qualquer vacina existente no mercado e que tenha sido aprovada pela Anvisa.
Segundo Pazuello, o Brasil começará a vacinar com poucas doses que atenderiam a uma pequena quantidade de pessoas. "O uso emergencial pode acontecer agora, em dezembro, por exemplo? Em hipótese, se nós tivermos as doses recebidas, se nós fecharmos o contrato com a Pfizer. Isso pode acontecer no final de dezembro e começo de janeiro. Mas em doses pequenas", disse o ministro.
Pazuello acrescentou que o mesmo pode acontecer com a AstraZeneca e o Instituto Butantan. "Mas isso é foro íntimo da desenvolvedora, não é uma campanha de vacinação".
A vacina da Pfizer começou a ser aplicada na terça-feira no Reino Unido. Também no mesmo dia, o governo brasileiro anunciou um princípio de acordo com a farmacêutica para comprar 70 milhões de doses da vacina.
Sobre a vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford, Pazuello comentou que se o pedido de registro chegar a Anvisa este mês ou depois, a Agência demoraria cerca de 60 dias em analisá-la antes de aprovar seu uso.
O Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes causadas pela COVID-19 e o terceiro em número de casos positivos. Segundo o último boletim divulgado pelo governo, a pandemia já matou 178.995 pessoas e o número de casos confirmados é de 6.728.995.