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"Fendouzhe" da China conclui missão de teste de mergulho a 10.000 metros de profundidade

Fonte: Diário do Povo Online    04.12.2020 10h22

Por Wu Yuehui, Diário do Povo

Submersão do Fendouzhe. Foto: Academia Chinesa de Ciências

Em 28 de novembro, o submersível tripulado Fendouzhe completou com sucesso uma missão de mergulho a 10.000 metros de profundidade e regressou a Sanya, Hainan.

Em 10 de outubro, o Fendouzhe zarpou do Terminal Portuário de Nanshangang na baía de Yazhou, Sanya, rumo à Fossa das Marianas, no Pacífico Ocidental, para uma missão de teste de mergulho a 10.000 metros de profundidade.

Em 27 de outubro, superou pela primeira vez os 10.000 metros; em 10 de novembro, atingiu o recorde de 10.909 metros de profundidade em mergulhos tripulados na China; em 13 de novembro, concluiu a primeira operação conjunta com um lander no fundo do mar, a 10.000 metros de profundidade, e o processo foi transmitido ao vivo. Em 19 de novembro, o submergível havia realizado um total de 13 mergulhos na Fossa das Marianas, 8 deles a mais de 10.000 metros.

O Fenzdouzhe é o primeiro submersível tripulado com capacidade de transportar três pessoas a profundidades de 10,000 metros, sendo 96,5% das tecnologias e materiais foram produzidos na China.

Para mergulhar a 10.000 metros de profundidade, a primeira dificuldade passa por superar a pressão da água. A Fossa das Marianas é totalmente escura e apresenta temperaturas extremamente baixas, o que a torna uma das áreas mais adversas do planeta. A pressão da água a 10,000 metros é o equivalente a 2.000 elefantes africanos pisando nas costas de uma pessoa. Como pode o Fenzdouzhe circular livremente a 10.000 metros de profundidade?

A chave é a cabine tripulada, a qual constitui o maior avanço técnico em um submersível tripulado no panorama mundial.

Os pesquisadores científicos da Academia Chinesa de Ciências abordaram uma série de problemas técnicos para circulação nas condições complexas das profundezas, permitindo que o sistema de controle realizasse o diagnóstico das redondezas e funcionalidades de controle e prevenção autônoma de colisões no fundo do mar.

Zhao Yang, pesquisador do Instituto de Automação de Shenyang da Academia Chinesa de Ciências e designer-chefe adjunto do Fendouzhe, afirmou: “O algoritmo de otimização da rede neural que projetamos, permite ao Fendouzhe estabelecer automaticamente a comunicação com cruzeiros no terreno. Os indicadores de desempenho do controle de navegação horizontal e vertical atingiram níveis avançados no panorama internacional”.

Além disso, os pesquisadores também instalaram um par de "mãos" altamente flexíveis e poderosas no aparelho. "O submersível usa dois conjuntos de manipuladores servo-hidráulicos, desenvolvidos por nós, para realizar operações a 10.000 metros de profundidade com uma capacidade de manuseamento de até 60 kg”, explicou o pesquisador. Graças a esse equipamento, tarefas como a recolha de rochas, ou matéria biológica passam a ser possíveis àqueles níveis de profundidade.

"Caros espectadores, o fundo do oceano a 10.000 metros é incrível. Espero que possamos vos mostrar o que vemos através das telas do Fendouzhe". Às 8h12 do dia 10 de novembro, o submersível atingiu o fundo da Fossa das Marianas. Os três tripulantes compartilharam seus sentimentos por meio do sistema de comunicação acústica subaquática pela primeira vez.

O sistema de comunicação permitiu a transmissão em tempo real de texto, voz e imagens do fundo do mar até à nave-mãe na superfície. Em comparação com as duas gerações anteriores de submersíveis tripulados "Jiaolong" e "Deep Sea Warrior", o sistema acústico do "Fendouzhe" foi totalmente produzido na China.

Além de transmitir sons e imagens, o sistema acústico auxilia também o submersível a operar com precisão nas profundezas do oceano.

Durante a operação de mergulho em 16 de novembro, com a ajuda do sistema de navegação integrado e equipamento sonar, foram recuperados com sucesso três amostradores subaquáticos, que haviam sido anteriormente colocados no fundo do mar, em apenas meia hora, transmitindo imagens de volta para o navio-mãe através do aparelho de comunicação hidro-acústica”, explicou Liu Yeyao, um dos tripulantes do Fendouzhe e engenheiro sênior do Instituto de Acústica da Academia Chinesa de Ciências. 

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