Por Zhang Xinfeng

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, no dia 5 de agosto, anunciou numa entrevista coletiva as cinco principais medidas para os Estados Unidos estabelecerem uma "Rede Limpa" e indicou sete empresas de tecnologia chinesas para banir mais aplicativos da China, impedindo que empresas chinesas entrem no sistema de nuvem dos EUA.

O Conselheiro de Estado e Ministro das Relações Exteriores da China Wang Yi afirmou numa entrevista que, sem qualquer evidência real, os Estados Unidos contiveram e suprimiram inescrupulosamente empresas privadas chinesas em todo o mundo, fazendo bullying didaticamente. “A boca está 'limpa', mas as mãos estão suficientemente sujas. Que ironia!”, tuitou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, no dia 6 para comentar o plano da “Rede Limpa”.

 Na verdade, os Estados Unidos não estão qualificados para construir qualquer "aliança de nação limpa" pois estão completamente sujos. Os Estados Unidos são conhecidos em todo o mundo por espionar e monitorar outros países.

Em 2013, o "Guardian" britânico e o "Washington Post" dos EUA relataram que a Agência National de Segurança (NSA, na sigla em ingês) e o Departamento Federal e Investigação (FBI, na sigla em inglês) lançaram um projeto de vigilância secreta com o codinome "Prisma" em 2007, acessando diretamente o servidor central de empresas americanas de internet para extrair dados, no qual participam 9 gigantes de redes internacionais, incluindo Microsoft, Yahoo, Google, Apple, etc. Esta revelação causou um alvoroço na opinião pública internacional, e a NSA imediatamente se afundou em escândalo. Nesse sentido, as autoridades americanas "justificaram" que prevenir o terrorismo é mais importante do que proteger a privacidade.

Em 2015, a Kaspersky Lab da Rússia divulgou que descobriu uma organização de hackers cibernéticos que estava ativa há cerca de 20 anos, e sua capacidade de ataque e grau de dano ultrapassaram todos os grupos de hackers conhecidos antes. A Kaspersky chamou a organização de " Grupo de Equação ". A Kaspersky não disse quem foi o mentor da organização, mas deu a entender que seus vários métodos podem estar relacionados às atividades de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Depois que Edward Snowden expôs o escandaloso "Portal prisma", os Estados Unidos (EUA) aprovaram sob pressão a "Lei de Liberdade dos EUA" em 2015, estabelecendo o Tribunal Secreto de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA, na sigla em inglês) e adotando aprovações mais rígidas para vigilância da NSA, sem conseguir impedi-la. O problema mencionado somado aos escândalos de roubo secreto nos Estados Unidos mais uma vez expuseram sua "persistência e fanatismo" em relação às escutas telefônicas.

Em 2017, ocorreram mais de 75.000 ataques de vírus de computador em 99 países e regiões ao redor do mundo. O culpado foi um ransomware, ou software malicioso, chamado WannaCry. Os sistemas médicos de dezenas de hospitais no Reino Unido foram paralisados e os serviços de emergência tiveram de ser suspensos; milhares de computadores do Ministério do Interior russo foram atacados e o sistema ferroviário alemão e o FedEx dos EUA foram "contaminados". O consenso da indústria é de que "WannaCry" se tratava de um vírus arsenal da NSA dos EUA. Muitos especialistas em segurança cibernética acusaram os Estados Unidos de gastar enormes quantias de dinheiro para desenvolver ferramentas de hacking em vez de mecanismos de autodefesa, o que resultou em ambientes cibernéticos globais "mais inseguros".

Os Estados Unidos há muito tempo espionam ilegalmente outros países, incluindo aliados. Apenas em fevereiro deste ano, o "Washington Post" e outros meios de comunicação dos Estados Unidos publicaram um relatório de investigação conjunta, revelando que as agências de inteligência dos Estados Unidos e da antiga República Federal da Alemanha, também conhecida como Alemanha Ocidental, haviam manipulado secretamente os fornecedores de equipamentos de criptografia suíços desde os anos 1970. Muitos países e regiões roubaram inteligência, muitos dos quais são aliados dos EUA. Este incidente confirmou mais uma vez o fato de os Estados Unidos terem realizado vigilância indiscriminada em escala global, roubando informações de outros países através de tecnologias “Backdoor”.

Ironicamente, mesmo assim, certos políticos americanos não medem esforços para continuamente caluniar a China em questões de segurança cibernética. Eles não apenas fecharam os olhos para suas próprias más ações, mas freqüentemente fazem uso da artimanha "ladrão gritando ‘pega ladrão’".

Isso transpareceu a hipocrisia e os padrões duplos dos EUA em questões de segurança cibernética. Como disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, a chamada "rede limpa" nos Estados Unidos é uma "rede suja" discriminatória, exclusiva e politizada. Essa "rede suja" é uma "rede de espionagem", uma "rede de monopólio" e uma "rede ideológica".

"A consciência não pode permitir que o governo dos Estados Unidos infrinja a privacidade das pessoas ao redor do mundo", disse Snowden quando questionado por que divulgou o "Portal Prisma". Mas os Estados Unidos hoje não possuem aparente consciência, mantendo sua prepotência.