China impõe restrições recíprocas a 6 meios de imprensa estadunidenses operando no país

Fonte: Diário do Povo Online    27.10.2020 09h27

A China exigiu que as filiais chinesas de seis meios de comunicação dos EUA no país declarassem por escrito informações sobre seus funcionários, finanças, operações e imóveis na China no prazo de 7 dias a partir de segunda-feira, em uma medida recíproca contra a decisão dos EUA de designar mais seis meios de comunicação chineses como "missões estrangeiras" na quinta-feira.

Os seis meios de comunicação dos EUA incluem a American Broadcasting Corporation, The Los Angeles Times, Minnesota Public Radio, Bureau of National Affairs, Newsweek e Feature Story News.

As medidas justificam-se como resposta que a China é obrigada a tomar face à opressão irracional que as organizações de mídia chinesas sofrem nos EUA. Elas são legítimas e justificadas em autodefesa, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, em um comunicado publicado na noite de segunda-feira.

Nos últimos anos, o governo dos Estados Unidos impôs restrições injustificadas aos meios de imprensa chineses e ao pessoal nos Estados Unidos, dificultou propositadamente a atividade destas instituições e os sujeitou a uma crescente discriminação e opressão por motivos políticos, disse Zhao.

"No que diz respeito à designação de mais seis meios de comunicação chineses como ‘missões estrangeiras’, já declarei a posição solene da China na semana passada. Instamos os EUA a mudarem de rumo, desfazer os danos causados e revogar a designação dos seis meios de comunicação chineses”.

No entanto, os EUA, em total desconsideração das demandas legítimas e razoáveis da China, insistentemente aumentaram a repressão política e a estigmatização sobre a imprensa chinesa e seus funcionários no país", disse Zhao.

O que os EUA têm feito é visar exclusivamente as organizações de mídia chinesas, impulsionados pela mentalidade e preconceito ideológico da Guerra Fria. Isso manchou seriamente a reputação e a imagem das organizações de mídia chinesas, afetou seriamente o seu funcionamento normal nos EUA e comprometeu seriamente a população e os intercâmbios culturais entre os dois países, segundo o comunicado.

Zhao afirma que esta conduta expõe “a hipocrisia do autoproclamado defensor da liberdade de imprensa. A China insta os EUA a mudarem de rumo imediatamente, desfazer os danos causados e interromper sua opressão política e restrições arbitrárias às organizações de mídia chinesas. Se decidirem ir mais longe no caminho errado, podem esperar mais contra-medidas da China”, disse.

Esta é a segunda contramedida que a China anuncia em resposta às ações imprudentes dos EUA, uma semana antes da eleição presidencial.

A China anunciou que irá sancionar empresas como a Lockheed Martin, Boeing Defense, Raytheon, bem como indivíduos e entidades que estão envolvidos na venda de armas a Taiwan. A resposta mais recente com escala e força sem precedentes contra empresas, indivíduos e entidades envolvidos na venda de armas, surge depois de um evento na China para comemorar uma guerra contra a agressão dos EUA na Coréia há 70 anos.

Os analistas acreditam que isso demonstra que as decisões da China não serão afetadas pelos EUA, e qualquer ato que prejudique os interesses da China está sujeito a sérias consequências.

A "guerra da mídia" iniciada pelos EUA está em constante escalada. Os EUA tentaram pressionar a China a fazer as chamadas "mudanças", porém essa estratégia provou não funcionar e a repressão irracional à China foi correspondida com contra-medidas firmes, disse Li Haidong, professor do Instituto de Relações Internacionais da China Foreign Affairs University, ao Global Times na segunda-feira.

Li enfatizou que as recentes contra-medidas da China destacaram uma grande mudança na abordagem diplomática da China em relação aos EUA - isto é, não faz concessões quando se trata de proteger seus interesses. Ele previu que a "guerra da mídia" e outras áreas das relações China-EUA poderiam cair na mesma armadilha que a "guerra comercial", onde medidas de igual para igual persistiram antes que ambos os lados chegassem a um acordo temporário.

Nos próximos três meses, o governo dos EUA pode tomar mais medidas para conter a China. Além disso, não haverá nenhum progresso e avanços em qualquer área das relações bilaterais. No entanto, independentemente de quem seja eleito presidente dos EUA, o espaço para lidar com a política em relação à China será reduzido, disse Li.

"A China fará suas políticas em relação aos EUA de acordo com seus próprios interesses e ritmo, não sendo afetada pela agenda doméstica dos EUA", acrescentou Li. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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