A “diplomacia coercitiva” transtorna a ordem internacional

Fonte: Diário do Povo Online    14.10.2020 10h57

Ji Ping

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou recentemente que todo o mundo deseja ser aliado dos EUA. A realidade é que o mundo inteiro não deseja ser aliado dos EUA, mas Pompeo deseja assumir o papel de “líder”, onde os “aliados” agem como fantoches de acordo com a sua vontade.

Os responsáveis da diplomacia americana viajaram recentemente por todo mundo, sem poupar esforços, para coagir outros países a escolher lados e criar a alegada "aliança anti-China". Para esmagar a Huawei, Pompeo viajou pela Europa, usando táticas de coerção e, simultaneamente, prometendo benefícios aos países que se juntassem à trama. Como o “Washington Post” afirmou recentemente, a fim de concretizar suas ambições políticas, Pompeo não hesitou em manipular a política externa dos EUA.

Na Europa, a pressão constante dos EUA sobre os seus aliados para aumentar os gastos militares, a fim de dali retirar um elevado número de tropas, obrigou os líderes da Alemanha e da França a questionar abertamente o que os EUA consideram como “aliados”. A fim de pressionar a UE e assim obter contrapartidas, os EUA intensificaram continuamente a sua guerra comercial com a Europa, impuseram tarifas às importações de vinho europeu e ameaçaram fazer o mesmo com os automóveis, o que afetaria gravemente a economia europeia. Os EUA se esforçaram para evitar que a UE se aproximasse da Rússia, tentando bloquear o projeto “North Stream 2” da Rússia com a Alemanha, através da imposição de numerosas sanções.

No Oriente Médio, os EUA abandonaram o acordo nuclear iraniano e solicitaram abertamente ao Conselho de Segurança da ONU a extensão do embargo de armas ao Irã. Após ser vetado por um elevado número de votos, os EUA anunciaram inesperadamente que “ativariam o rápido restabelecimento das sanções contra o Irã”.

A interferência de Pompeo chegou até à América Latina. Recentemente, Pompeo fez uma "visita relâmpago" aos quatro países vizinhos da Venezuela: Brasil, Guiana, Suriname e Colômbia. O "tema especial" da visita foi pressionar esses países a apoiar os Estados Unidos, obrigando os quatro a usarem sua localização adjacente à Venezuela para construir um cerco contra aquele país, atuando como vanguarda para derrubar o governo legítimo venezuelano. As palavras e atos de Pompeo imediatamente geraram forte oposição de muitos dignitários e políticos brasileiros.

Este modelo de "diplomacia coercitiva", juntamente com a "diplomacia sancionatória" e a "diplomacia intimidatória", formam o conjunto da "diplomacia de hegemonia" americana representada por Pompeo. O país insiste em impor sanções cruéis de longo prazo contra países em desenvolvimento como Cuba, Irã e Venezuela. O súbito surto da epidemia piorou a situação nesses países. A comunidade internacional exorta veementemente os Estados Unidos a suspender as sanções para ajudar a combater a epidemia e salvar pessoas, mas Pompeo, que sempre se considerou um "defensor dos direitos humanos", decidiu continuar a pressioná-los, com o intuito de “usar a epidemia para matar pessoas”.

Na ocasião em que a ONU celebrou o 75º aniversário da sua fundação, os Estados Unidos tiraram abusivamente proveito desta plataforma para pressionar outros países a contrariar a China.

Pompeo considera a "Carta da ONU" uma folha de papel em branco e o pódio da ONU um lugar privado. Os EUA influenciaram repetidamente muitos Estados membros e encenaram até um escândalo "inútil" por sete minutos na Conferência do 75º Aniversário da ONU. Nas Nações Unidas, os Estados Unidos pretendem apenas privilégios, alheios ao cumprimento de suas obrigações. O país tem dívidas de longo prazo e se esquivou de suas responsabilidades de manutenção da paz, fazendo com que a organização quase deixasse de poder operar. Para encobrir sua incapacidade de controlar a propagação da epidemia, Pompeo e outros políticos não somente procuraram estigmatizar e desacreditar a China, como também dificultaram as coisas à OMS. Em um momento crítico da luta global contra a epidemia, o não pagamento de contribuições e a retirada da organização prejudica a cooperação internacional no combate à epidemia e ameaça seriamente a segurança global da saúde pública.

A justiça e as regras da comunidade internacional não podem ser ameaçadas pelo "punho" dos Estados Unidos. Em 11 de setembro, a 74ª Assembleia Geral votou a favor de uma resolução abrangente sobre a pandemia, com 169 votos. O elevado número de votos oprimiu os Estados Unidos, que tiveram apenas um apoiante. Os EUA procuram restabelecer o mecanismo de "restauração rápida de sanções" contra o Irã, contestado por 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU. Recentemente, cerca de 50 acadêmicos de universidades americanas como a Universidade de Harvard, divulgaram uma declaração conjunta em que alegam que a política externa dos Estados Unidos falhou, causando instabilidade, insegurança e sofrimento humano.A “diplomacia coercitiva” de Pompeo e seus associados vai contra a Carta da ONU e as normas das relações internacionais, contra a consciência da comunidade internacional e contra a corrente mundial da paz, igualdade, diálogo e cooperação. Interrupção, coerção e assédio estão em todo o mundo. A América se tornou um inimigo público e alvo de chacota da humanidade. 

 

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(Web editor: Renato Lu, editor)

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