O governo da China anunciou nesta sexta-feira, por meio de uma cerimônia online organizada por sua embaixada no Brasil, a chegada de R$ 1,6 milhão em equipamentos médicos hospitalares que terão como destino comunidades indígenas da Amazônia.
O material foi destinado ao centro logístico do Ministério da Saúde brasileiro em Guarulhos, estado de São Paulo, de onde deverá seguir ao destino final.
Durante a cerimônia, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, afirmou que este segundo lote de doações do governo chinês para o Brasil foi anunciado em maio e um terceiro está a caminho, tendo como destino os trabalhadores da linha de frente do combate à pandemia do coronavírus no Distrito Federal.
Considerando a situação epidêmica e as demandas do Brasil, a parte chinesa organizou, em maio, este lote de materiais que inclui 40 mil máscaras N95, 5 mil conjuntos de roupas de proteção, 3 mil óculos de proteção e outros suprimentos médicos, disse o embaixador, ressaltando que os governos da China e do Brasil trabalham em conjunto na prevenção e controle da pandemia, o que é expresso em telefonemas e correspondências entre os presidentes dos dois países e também de seus chanceleres.
O embaixador destacou que a China, por meio de províncias, cidades, empresas e organizações civis doou mais de R$ 40 milhões em equipamentos e suprimentos médicos ao Brasil. O governo chinês ainda atuou para garantir a vinda de 1,2 mil toneladas de materiais para o Brasil, transportados em 42 voos fretados. Além disso, foram realizadas mais de 20 teleconferências com profissionais médicos dos dois países para trocas de experiências.
A pesquisa conjunta da vacina contra o coronavírus está avançando a todo vapor. A parte chinesa vai trabalhar para tornar suas vacinas um bem público global, dando apoio ao Brasil e a toda a comunidade internacional para vencer a doença o mais cedo possível, disse Yang.
Segundo o ministro-conselheiro da Embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui, o evento desta sexta-feira simboliza a luta conjunta dos governos chinês e brasileiro no combate à Covid-19, tendo, por parte do Brasil, a representação da Vice-Presidência, além dos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores.
O chefe da Assessoria Diplomática da Vice-Presidência, Juliano Nascimento, afirmou que a doação do segundo lote de suprimentos renova o espírito de cooperação firmado durante a reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) em maio do ano passado em Beijing. O mecanismo é presidido pelos vice-presidentes dos dois países, e o próximo encontro deverá ser realizado no ano que vem, no Brasil. Nascimento reforçou que o atual lote será utilizado para no Sistema Único de Saúde (SUS), serviço de acesso universal de saúde para os brasileiros.
O embaixador chinês também agradeceu pelos trabalhos de coordenação da Vice-Presidência, do Itamaraty, do Ministério da Saúde. Também destacou o desejo de planejar a cooperação pragmática no pós-pandemia. Yang lembrou que entre janeiro e agosto deste ano, as exportações brasileiras para a China aumentaram 14%, em que a venda de itens agropecuários teve alta superior a 30%.
Podemos aproveitar o papel coordenador da Cosban no planejamento da parceria sino-brasileira. Faremos esforços para ampliar ainda mais a cooperação em áreas-chave como petróleo e gás, energia elétrica, mineração e infraestrutura e explorar projetos em setores emergentes como telecomunicação 5G, economia digital, energias limpas, agricultura inteligente, telemedicina e big data, afirmou o embaixador.