“Diplomacia de Sanções” americana desrespeita normas internacionais

Fonte: Diário do Povo Online    12.10.2020 15h09

Por Ye Zhu

 “Quando se segura um martelo, tudo parece um prego” - este é o modus operandi da diplomacia americana hodierna.

De acordo com a Atlantic Monthly, em 3 de maio de 2019, existiam 7.967 sanções nos Estados Unidos em andamento ou prestes a serem implementadas. De acordo com as estatísticas, o governo dos EUA impôs mais de 3.200 sanções a entidades e indivíduos estrangeiros. Serão todas estas sanções para manter o humanitarismo? A equidade e a justiça? A responsabilidade dos Estados Unidos perante a comunidade internacional enquanto super potência? Receio que seja o oposto.

A “diplomacia de sanções” americana consiste na imposição egoísta da própria vontade sobre os demais.

Em 8 de outubro, os EUA anunciaram uma nova ronda de sanções contra o Irã, catalogando 18 bancos iranianos na lista negra. Desde a eclosão da epidemia, os Estados Unidos têm mantido suas sanções de longo prazo contra o Irã, Cuba, Venezuela e outros países, criando desastres humanitários ainda maiores. Durante o 75º aniversário da fundação das Nações Unidas, os Estados Unidos ignoraram ainda a oposição de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança, anunciando unilateralmente sanções e controles de exportação sobre 27 entidades e indivíduos que apoiassem os programas nucleares e de armas convencionais do Irã. Como país que se retirou do "Acordo Nuclear com o Irã", os Estados Unidos demonstram uma total irracionalidade e desrespeito pelas organizações multilaterais das Nações Unidas. Os EUA "apropriam e descartam" arbitrariamente as regras internacionais.

Mas esta não é a farsa mais absurda da "diplomacia de sanções" americana. Em 2 de setembro de 2020, o Secretário de Estado estadunidense, Mike Pompeo, anunciou que congelaria os ativos financeiros da procuradora-geral do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, nos Estados Unidos, e que proibiria os cidadãos americanos de cooperar com ela.

O motivo das sanções dos EUA é que o Tribunal Penal Internacional está ainda investigando suspeitos de crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Afeganistão cometidos por militares e membros da inteligência dos EUA. Os Estados Unidos, acostumados a acusar outros países de "violar o direito internacional e os direitos humanos", rebateram as sanções quando foram investigados por crimes relacionados.

Recentemente, as sanções americanas visaram duas empresas chinesas – Ant Group Tencent e, simultaneamente, o destino do Tik Tok - um aplicativo popular com 100 milhões de usuários ativos por mês nos Estados Unidos. Em agosto de 2020, os líderes dos EUA recorreram a ordens executivas para proibir o Tik Tok de operar nos Estados Unidos sob o argumento de que o aplicativo ameaçava a "segurança nacional". No entanto, não foram apresentadas quaisquer evidências de que a China "obteve dados dos usuários do Tik Tok". Do incidente da Alstom na França, ao incidente da Toshiba no Japão, aos casos da ZTE e Huawei na China, não é difícil compreender a lógica de pirataria da atual diplomacia americana.

Os Estados Unidos não têm misericórdia nem mesmo dos seus aliados. Em 15 de julho, Pompeo afirmou que os Estados Unidos imporiam sanções a todos os participantes dos projetos "Nord Stream 2" e "TurkStream", construídos em conjunto pela Rússia e pelos países europeus. Esta postura foi contestada por representantes dos 24 países da UE. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Lavrov, afirmou que a busca descarada de sanções por parte dos Estados Unidos tem um objetivo: assegurar a capacidade e o direito de atuar de livre arbítrio na política e economia mundiais.

A arena diplomática deveria ser um lugar onde os países se respeitavam e conversavam em pé de igualdade, mas agora se tornou um palco para os Estados Unidos usarem frequentemente a coerção, mentiras e sanções. As sanções eram originalmente destinadas à busca da paz e da justiça, mas foram abusadas pelos Estados Unidos como uma ferramenta de intimidação, abertura de exceções e de duplos padrões. O poder de uma grande potência implica mais responsabilidades internacionais, mas faz dos Estados Unidos a "capital" da sabotagem internacional. No entanto, os Estados Unidos desdenham a oposição da maioria dos países. Enquanto dominarem, sentem-se no direito de, recorrendo à metáfora inicial, golpearem com o martelo como entenderem. 

 

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(Web editor: Renato Lu, editor)

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