Pedir à China que participe de "negociação de controle de armas trilateral" é inviável, segundo enviado chinês

Fonte: Xinhua    14.10.2020 14h29

Um enviado chinês disse na segunda-feira que pedir à China para participar de "negociação de controle de armas trilateral" é injusto, irracional e inviável.

Geng Shuang, chefe da delegação chinesa e representante-permanente adjunto da China na Organização das Nações Unidas, rejeitou a chamada "negociação de controle de armas trilateral" recentemente alardeada pelos Estados Unidos, em sua declaração proferida no debate geral do Primeiro Comitê da 75ª sessão da Assembleia Geral da ONU (AGNU).

Geng destacou que recentemente os Estados Unidos nomearam a China como "a terceira maior potência nuclear da Terra", exageraram na "corrida armamentista nuclear entre EUA, Rússia e China" e propuseram a chamada "negociação de controle de armas trilateral".

"Este é apenas um truque para mudar o foco da comunidade internacional. A intenção dos EUA é encontrar uma desculpa para se esquivar de sua própria responsabilidade especial e primária pelo desarmamento nuclear e buscar um pretexto para se libertar e obter supremacia militar absoluta", disse ele.

A China perseguiu uma estratégia nuclear de autodefesa, sempre manteve suas capacidades nucleares no nível mínimo exigido para sua segurança nacional e nunca participará de qualquer corrida armamentista nuclear com nenhum outro país, disse o enviado.

"Dada a enorme lacuna entre os arsenais nucleares da China, dos EUA e da Federação Russa, é injusto, irracional e inviável esperar que a China participe de qualquer negociação de controle de armas trilateral", acrescentou ele.

"A China nunca participará de tal negociação e nunca aceitará qualquer coerção ou chantagem", acrescentou Geng.

O embaixador enfatizou que a rejeição da China à chamada "negociação de controle de armas trilateral" não significa que a China se esquive de sua própria responsabilidade pelo desarmamento nuclear ou se recuse a participar do processo de desarmamento nuclear global.

"Desde o primeiro dia de posse de armas nucleares, a China tem defendido a proibição e total destruição de armas nucleares", observou ele.

A China declarou a política de "não uso primeiro" de armas nucleares a qualquer momento e sob quaisquer circunstâncias, e compromete-se incondicionalmente a não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra países que não possuam armas nucleares ou que não possuam zonas de armas nucleares, disse o enviado.

"A China é o único país P5 (cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU) que assumiu tais compromissos", observou Geng.

"A China está pronta para iniciar um diálogo significativo sobre as questões relacionadas à estabilidade estratégica com todas as partes com base no respeito mútuo, e continuará sua participação no processo de controle de armas no âmbito da Organização das Nações Unidas, da Conferência sobre Desarmamento e do P5", destacou o embaixador.

O Primeiro Comitê, também conhecido como Comitê de Desarmamento e Segurança Internacional, é um dos seis principais comitês da AGNU. Trata de questões de desarmamento e segurança internacional.

O comitê se reúne todos os anos em outubro para uma sessão de 4-5 semanas, após o Debate Geral da AGNU. Todos os 193 estados-membros da Organização das Nações Unidas podem participar.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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