Trump e Biden atacam-se mutuamente no primeiro debate presidencial americano

Fonte: Diário do Povo Online    30.09.2020 15h54

Muitas pessoas anteciparam um debate presidencial dos EUA aceso na terça-feira à noite e foi exatamente isso o que aconteceu.

O muito antecipado debate de 90 minutos em Cleveland, Ohio, co-organizado pela Case Western Reserve University e pela Cleveland Clinic, começou com uma troca de acusações sobre a recente nomeação da juíza Amy Coney Barrett para substituir a falecida juíza Ruth Bader Ginsburg um pouco mais mais de um mês antes da eleição de 3 de novembro.

"Vencemos a eleição. As eleições têm consequências", disse Trump. "Boa em todos os sentidos", foi como Trump descreveu Barrett. "Alguns de seus maiores apoiantes são pessoas muito liberais".

"O povo americano tem o direito de opinar sobre o candidato ao Supremo Tribunal", disse Biden. "A eleição já começou. Ela (Barrett) acha que o Affordable Care Act é inconstitucional", disse Biden.

O ex-vice-presidente disse que "100 milhões de pessoas têm doenças pré-existentes. As seguradoras vão adorar isso", se a lei for revogada.

"Acho que estou debatendo com você, não com ele", disse Trump ao moderador Chris Wallace da Fox News, a quem ele interrompeu repetidamente.

O presidente também interrompeu Biden de forma consistente, que a certa altura usou linguagem menos decorosa para ripostar.

Por vezes, Wallace parecia o cavalheiro anfitrião de uma festa, tentando manter a paz entre dois convidados indisciplinados.

"Acho que o país seria mais bem servido", disse Wallace, se ambos pudessem falar, referindo que, claramente, Trump estava interrompendo mais.

"Talvez você possa injetar um pouco de alvejante no braço", provocou Biden ao mencionar um comentário que Trump fez sobre os tratamentos para o novo coronavírus.

"Eu estava sendo sarcástico", disse Trump.

Trump e Biden trocam insultos há meses, e o debate parecia revelar uma antipatia genuína entre os dois homens.

"Você é o pior presidente que a América já teve", disse Biden.

"Fiz mais em 47 meses do que você fez em 47 anos", retrucou Trump.

Sobre a pandemia de Covid-19, Biden disse: "É o que é porque você é quem é. Ele (Trump) sabia desde fevereiro como era mortal (a pandemia)".

"Esta é a economia dele. Quantos de vocês se levantaram esta manhã e estavam com uma cadeira vazia por causa da Covid?", disse Biden. "Seu próprio diretor do CDC diz que podemos perder mais 200.000 pessoas até o final do ano."

"Ele vai fechar o país inteiro", disse Trump em referência à pandemia. "Não precisamos que alguém entre e diga: 'Vamos encerrar'”.

"Muito menos pessoas estão morrendo", disse o presidente. "Eles dão boa publicidade a você, eles me dão má publicidade”, disse, referindo-se à imprensa.

Uma reportagem do New York Times no domingo refere que o presidente evitou impostos federais e acumulou mais de US $ 400 milhões em dívidas.

As descobertas do Times também apuraram que Trump pagou apenas $750 por ano em impostos federais de renda em 2016 e 2017, e nenhum imposto de renda em 10 dos 15 anos anteriores.

"Ele pagou um total de US $ 750 em impostos", disse Biden durante o debate, comparando os pagamentos de impostos de Trump com os de um professor.

Trump, de 74 anos, considerou a reportagem do Times "fake news" em entrevista coletiva no domingo e em uma série de tweets na segunda-feira.

Biden, 77, e a senadora norte-americana Kamala Harris, candidata a vice-presidente, divulgaram na terça-feira sua declaração de impostos de 2019, que mostrou que o candidato democrata à presidência e sua esposa Jill pagaram cerca de $300.000 em impostos federais no ano passado.

Uma pesquisa do Wall Street Journal / NBC News divulgada em 16 de setembro constatou que 51% dos eleitores registrados em todo o país dizem que votariam em Biden, enquanto 43% apoiam Trump, uma contagem praticamente inalterada em relação ao mês anterior.

Mais de 70% dizem que os debates não importam muito, e apenas 11% na pesquisa disseram que estavam indecisos.

Haverá mais dois debates presidenciais, em 15 e 22 de outubro, e um debate vice-presidencial, em 7 de outubro.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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