Médico adverte que a pandemia pode persistir até o inverno ou até a primavera do próximo ano.
Os especialistas reiteraram a importância de manter a apreensão para uma possível segunda vaga de Covid-19 na China, uma vez que novos surtos já estão acontecendo em alguns países europeus.
"A pandemia irá durar pelo menos mais um ano até que as vacinas estejam disponíveis", disse Zhang Wenhong, líder da equipe de especialistas de Shanghai no tratamento clínico de novos casos de pneumonia por coronavírus.
A solução da China será garantir a quarentena médica para casos confirmados e suspeitos, com a total colaboração do público para controlar uma possível segunda vaga.
"Caso contrário, o número de casos aumentará, formando uma curva exponencial", disse Zhang －, que é também diretor do departamento de doenças infeciosas do Hospital Huashan de Shanghai, afiliado à Universidade Fudan, em um fórum de saúde pública na Universidade Jiao Tong de Shanghai no Domingo.
Zhong Nanshan, a referência máxima em doenças respiratórias da China, recentemente galardoado com a Medalha da República pelo seu contributo notável no combate à Covid-19, disse também que a pandemia pode persistir até o inverno ou até a primavera do próximo ano.
O especialista reiterou que a implementação de medidas comunitárias de controle epidemiológico, testes de ácido nucleico entre residentes, rastreamento de contatos próximos e implementação de quarentena estrita para casos assintomáticos, devem ser estritamente mantidas.
Ele fez os comentários por vídeo em um subfórum global de ciência e saúde em Zhongguancun, Beijing, na sexta-feira.
A China ainda está sob a ameaça de casos importados, disse Zhang.
A equipe nacional de especialistas está sendo enviada para várias províncias e municípios nos dias de hoje para examinar e supervisionar os esforços locais de prevenção e tratamento de doenças infecciosas e, assim, cortar os casos importados de quaisquer ligações domésticas possíveis que poderiam desencadear um surto local, disse.
Ainda será preciso pelo menos um ano até que as tão esperadas novas vacinas contra o coronavírus estejam disponíveis ao público, já que os especialistas mundiais em saúde pública preveem que as vacinas sejam implantadas pela primeira vez em meados de 2021, com base em estimativas otimistas e na colaboração internacional.
Zhang explicou que, após a fase de pesquisa e desenvolvimento, é preciso tempo para preparar as vacinas para produção em massa e construir cadeias de abastecimento para vendas.
Muitos países ocidentais estão aguardando o lançamento das vacinas, que protegerão os grupos vulneráveis - principalmente os idosos - e reduzirão a taxa de mortalidade global causada pela doença, disse Zhang.
"Com a distribuição em massa de vacinas, a taxa de mortalidade de Covid-19 acabará caindo para o mesmo nível de uma gripe normal - inferior a 0,5 por cento", disse.
Existem 182 vacinas candidatas em pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo. Trinta e seis delas entraram nas fases de testes clínicos, incluindo nove na terceira fase de testes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
