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Opinião: o desacoplamento econômico é contrário aos interesses sino-americanos

Fonte: Diário do Povo Online    17.08.2020 16h17

Zhong Sheng

No dia 14 de agosto um novo stand da Tesla abriu em Shanghai. Foto: Yan Daming, Diário do Povo Online

O mundo hoje atravessa mudanças sem precedentes. A pandemia do novo coronavírus serviu para aprofundar esse impacto. Em meio a este caos, a determinação estratégica do curso a seguir no futuro é uma questão na agenda de todos os países. Lamentavelmente, em um período crítico em que a humanidade precisa de fortalecer a unidade e a cooperação, alguns políticos americanos defendem a "teoria de desacoplamento" entre a China e os Estados Unidos em uma tentativa de cortar artificialmente o fluxo de capital, tecnologia, produtos, indústrias, e fluxo de pessoas entre os dois países.

Analistas em todo o mundo estão preocupados com a situação. O ex-secretário de Estado dos EUA, Kissinger, de 97 anos, alertou o mundo: "Em uma era em que a prosperidade depende do comércio global e da movimentação de pessoas, esta pandemia causou um anacronismo: o reaparecimento de cidades muralhadas".

Na era da globalização econômica, o estranho fenômeno de "empobrecer o vizinho" é reprovável. Impulsionados por uma mentalidade autoritária e dominadora, alguns políticos americanos atribuem infundadamente seus próprios problemas a outros países e usam "jogos de confronto" como subterfúgio para seus problemas internos - a epidemia do coronavírus é um exemplo disso.

O desenvolvimento do 5G despoletou inveja, sendo que estes políticos querem impedir que as empresas chinesas assumam a liderança. Ultimamente há uma campanha americana para convencer os governos de todos os países a seguirem os Estados Unidos na supressão da China apelando a uma fuga de produção para fora da China.

Ao longo dos últimos 40 anos, desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos, os dois países aproveitaram plenamente suas vantagens econômicas complementares e formaram uma comunidade de interesses profundamente integrada. O comércio bilateral de mercadorias entre a China e os Estados Unidos aumentou mais de 250 vezes em comparação com o momento do estabelecimento de relações diplomáticas, sendo que um total de 72.500 empresas americanas investiu na China. Uma pesquisa de 2019 divulgada pelo Conselho Empresarial EUA-China mostrou que 97% das empresas americanas sondadas tiveram lucros no mercado chinês. Os dados da mesma instituição revelam também que, entre 2009 e 2018, as exportações dos EUA para a China geraram mais de 1,1 milhão de empregos nos EUA. Uma pesquisa recente da Câmara de Comércio Americana na China indica que 84% das empresas americanas não querem deixar a China. Desde o início deste ano, empresas americanas como a Exxon Mobil, Honeywell, Tesla e Walmart expandiram seus investimentos e cooperação na China. Em abril deste ano, a China voltou a ser o maior parceiro comercial dos Estados Unidos. A China e os Estados Unidos embarcando em uma viagem de cooperação win-win é uma necessidade inerente ao desenvolvimento econômico dos dois países, o resultado do desenvolvimento normal das relações internacionais e o cenário natural da coexistência pacífica humana. A realidade revela que a “vinculação”, integração e cooperação das economias da China e dos EUA tem por base os interesses comuns de ambas as partes.

Na era da globalização econômica, o "desacoplamento" está destinado a deitar tudo por terra. Quanto terão os Estados Unidos de pagar e quantas perdas o mundo terá de suportar para que seja atingida a meta de dividir à força o mercado mundial e a cadeia global industrial e de fornecimento? A China é o único país do mundo que possui todas as categorias industriais da Classificação Industrial das Nações Unidas. A população de 1,4 bilhão da China e seus 400 milhões de habitantes na classe média sustentam um grande mercado. A China tem sido o principal estabilizador do crescimento econômico mundial por muitos anos. Um artigo publicado no site da revista "Foreign Affairs" dos EUA apontou que o "desacoplamento" da China é uma “tolice” e que os esforços para cortar a dependência da China podem eventualmente fazer com que os Estados Unidos percam relações econômicas importantes com a China e com o mundo. O Peterson Institute for International Economics, dos Estados Unidos, alerta que os países que tentarem ser auto suficientes e se “desvincularem” da economia global acabarão sofrendo mais com a falta de diversificação e com os inevitáveis problemas regionais. O "desacoplamento" não é uma cura para os problemas internos dos Estados Unidos, mas um veneno para a economia mundial.

A economia mundial, quer se queira ou não, é uma realidade que não pode ser evitada. É impossível que o mar da economia mundial se retraia para um pequeno lago ou rio isolado e não se conforme com a tendência histórica. Alguns políticos nos Estados Unidos querem usar a "teoria do desacoplamento" para deturpar a realidade e bloquear a tendência geral. O desenvolvimento e o crescimento da China não irão parar. A cooperação China-EUA em condições de igualdade e benefício mútuo é do interesse dos dois povos e de todo o mundo. Quem se equivocar sobre o assunto, optar por ir contra a tendência dos tempos e reverter a história, o único resultado será um tiro no próprio 

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