O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, afirmou nesta segunda-feira que as relações com os Estados Unidos não serão afetadas caso o candidato democrata Joe Biden vença nas eleições desse ano o republicano Donald Trump, com quem o governo brasileiro tem mantido uma relação estreita.
Em declarações à imprensa por vídeo, Araújo explicou que o Brasil, que desde a chegada de Jair Bolsonaro à presidência em 2019 se aproximou muito do governo americano, está preparado para qualquer resultado nas eleições de novembro, apesar das críticas que o Partido Democrata tem feito à política ambiental do Brasil.
"Estou convencido de que em um eventual governo democrata, com certos ajustes, a gente conseguiria manter uma agenda muito positiva. Os presidentes Bolsonaro e Trump têm uma relação muito próxima, que tem trazido avanços muito importantes, mas esses avanços são entre Brasil e EUA, não entre os dois presidentes", comentou.
O ministro brasileiro das Relações Exteriores se mostrou esperançoso de que a cooperação entre os dois países em setores como defesa e segurança continuará igual se Biden assumir e acrescentou que haverá muitas oportunidades de negócios pela frente.
Donald Trump e Jair Bolsonaro foram eleitos apelando para o sentimento nacionalista de seus eleitores e têm mantido uma relação próxima que trouxe alguns benefícios para o Brasil, como a suspensão da proibição de importação de carne bovina fresca do Brasil que vigorava desde 2017 e o anúncio de que apoiaria a candidatura brasileira para ingressar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Os dois países também assinaram acordos de defesa e cooperação espacial e discussões estão em andamento para um acordo comercial. Segundo Araújo, o progresso na relação com os Estados Unidos se deve ao fato de que Bolsonaro "acabou com a má vontade" dos governos anteriores brasileiros no relacionamento com os Estados Unidos.