Mais de 200.000 casos de Covid-19 confirmados na África

Fonte: Diário do Povo Online    11.06.2020 11h01

Os países africanos registraram mais de 200.000 casos confirmados de COVID-19 na quarta-feira (10).

Houve 5.530 mortes até agora, foram confirmados 203.899 casos, entre os quais 91.398 pessoas se recuperaram da doença causada pelo novo coronavírus, de acordo com um relatório dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África.

Os países africanos que registraram mais de 10.000 casos confirmados incluem África do Sul (52.991), Egito (36.829), Nigéria (13.464), Argélia (10.382) e Gana (10.201). O país com o maior número de casos confirmados, a África do Sul, registrou 29.006 casos recuperados, o número de testes Covid-19 realizados ultrapassou 960.000.

Andrew Gatera, 34, diretor da G-step Tours, uma empresa que atende visitantes de todo o mundo que desejam visitar Ruanda e outros países do Leste da África disse que os negócios da agência de viagens eram muito promissores até a pandemia da Covid-19 atingir o continente.

Como resultado da pandemia, as pessoas mudaram totalmente o estilo de vida, o que trouxe grandes prejuízos para a economia.

Gatera lembra que desde o surgimento do surto em Ruanda, em março, a empresa que tem sede em Kigali, capital de Ruanda, interrompeu quase todos os seus negócios.

Embora alguns países africanos tenham começado a suspender os bloqueios impostos para conter o surto do novo coronavírus, a situação ainda é difícil, especialmente para a indústria do turismo, afirmou Gatera.

"Tivemos muitos cancelamentos de clientes que deveriam visitar Ruanda e outros lugares do leste da África", disse Gatera, que incerto sobre o futuro de seus negócios, questiona as pessoas se elas terão confiança para viajar novamente em breve, ou se apenas começarão a pensar sobre isso no próximo ano.

Ele também disse que sua família e amigos já se acostumaram a usar máscaras e a manter pelo menos 1 metro de distância uns dos outros.

Enquanto isso, no Cairo, a capital egípcia, Michael Lee, 36 anos, gerente de negócios de uma empresa chinesa de internet, disse que todas as visitas comerciais a clientes foram canceladas e que ele precisa voltar para casa todos os dias antes que o toque de recolher entre em vigor.

"Alguns de meus amigos na África retornaram aos seus países de origem, porque estão preocupados com a disseminação do vírus, bem como com os limitados serviços médicos no Egito", disse ele.

Mais de três meses após o primeiro caso de coronavírus na África ser registrado em 14 de fevereiro no Egito, o surto se espalhou para todos os 54 países do continente, segundo noticiou China Daily.

Algumas nações africanas começaram recentemente a facilitar gradual e cautelosamente as medidas anti-coronavírus para ajudar a retomada da normalidade e recuperar a economia. Outros países estenderam os bloqueios ou reforçaram as medidas de contenção para evitar um aumento no número de novas infecções.

A África do Sul suspendeu parcialmente um bloqueio nacional no dia 1º de junho, permitindo que as pessoas trabalhem ao ar livre, realizem cultos religiosos, se exercitem ou façam compras. Minas e fábricas agora podem operar com capacidade total novamente.

Mas o Departamento de Educação Básica adiou a reabertura de escolas também em 1º de junho, para os alunos do 7º ao 12º ano por uma semana, já que os sindicatos de professores e órgãos governamentais disseram que as escolas não tinham equipamento de proteção suficiente para manter os alunos em segurança.

Cyril Ramaphosa, presidente do país, disse no mês passado que as restrições na maioria das áreas, exceto em vários pontos com maior concentração de casos de Covid-19, seriam facilitadas para permitir que mais empresas reabram e haja maior movimento de pessoas.

Um bloqueio estrito foi imposto no país no final de março, com as pessoas apenas saindo de casa para comprar comida ou procurar ajuda médica. Em 1º de maio, as restrições foram suavizadas, com algumas empresas autorizadas a reabrir.

No Marrocos, um bloqueio nacional imposto no final de março foi prorrogado até 10 de junho, com a situação no país permanecendo "estável e sob controle, mas não totalmente tranquilizadora", disse o primeiro-ministro Saad Eddine El Othmani.

Tang Xiaoyang, pesquisador em estudos africanos da Universidade Tsinghua em Beijing, disse que os países africanos tentaram conter o surto, com a maioria dos países impondo bloqueios ou outras medidas restritivas. O número de infecções e mortes não foi tão alto quanto previsto inicialmente.

Ele disse que, embora a escassez de kits de testes em muitos países africanos possa ter dado uma imagem falsa do número de infecções, uma população relativamente jovem e altas temperaturas "também poderiam tornar o continente menos vulnerável ao vírus".

Tang afirmou que os países africanos devem adotar uma reabertura cuidadosa e gradual com base no aprendizado ativo e na coleta de dados do vírus, que ainda está se acelerando em muitas nações do continente.

"Proporcionar à África o retorno da normalidade será um processo difícil e exigirá o apoio das comunidades globais, seja em suprimentos médicos, suprimentos alimentares ou recuperação econômica", disse ele.

Tang acrescentou que os países africanos devem aproveitar a vantagem de estar atrás da curva (de infecções) para aprender com as experiências de outras regiões com estratégias de saída de bloqueio. Eles também devem implementar rapidamente sistemas de teste e tratamento em colaboração com comunidades globais.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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