Médicos rejeitam estudo de Harvard com várias inconsistências

Fonte: Diário do Povo Online    11.06.2020 11h04

Os médicos e cientistas chineses evidenciaram as várias falhas de um estudo da Facildade de Medicina de Harvard que usou imagens de satélite de parques de estacionamento em Wuhan para concluir que o coronavírus pode ter emergido no outono do ano passado. Eles creem que o estudo, que carece inclusive de aprovação generalizada, é uma nova tentativa organizada pelos EUA para descredibilizar a batalha vencida pela China contra o vírus.

Os médicos refutaram várias alíneas do estudo, dizendo que não foi detetado um aumento súbito de carros estacionados nos hospitais ou pacientes com Covid-19 em Wuhan no outono passado. Os especialistas chineses disseram também que as imagens de satélite, nas quais o estudo se apoia, foram deliberadamente tiradas de diversos ângulos para enfatizar contrastes.

O fato de que tal estudo absurdo tenha sido publicado pela Universidade de Harvard chocou o público chinês, com vários internautas e especialistas dizendo que a universidade está cedendo a uma conspiração política contra a China e que isso servirá apenas para conspurcar a sua fama estabelecida no país e a sua reputação entre os estudantes chineses.

Os investigadores das universidades de Boston e Harvard chegaram a essa conclusão após analisarem imagens de satélite dos parques de estacionamento em Wuhan e o número de pesquisas no motor de busca chinês Baidu por sintomas como tosse e diarreia.

“Observamos uma tendência crescente no tráfego hospitalar e volume de pesquisas com início no final do verão e início do outono de 2019”, disse Elaine Okanyene Nsoesie, juntamente com John Samuel Brownstein, professor de informatica biomédica da Faculdade de Medicina de Harvard e vários outros pesquisadores, escrevendo em um artigo online sem aprovação sem revisão por pares.

Os cientistas de Harvard extraíram os dados dos estacionamentos nos hospitais de Wuhan entre janeiro de 2018 e abril de 2020, detetando um aumento drástico no tráfego com início em agosto de 2019 e pico em dezembro.

Três médicos do Hospital Zhongnan e Hospital Tongji de Wuhan foram citados no estudo, tendo todos rejeitado as alegações de que haviam recebido mais pacientes com febre e diarreia que o normal no outono passado.

“Isto é totalmente inconsistente com os fatos. Se o que o estudo diz é verdade - que o vírus já estaria a circular anteriormente - o surto teria emergido mais cedo, dada a natureza altamente contagiosa do vírus”, disse Peng Zhiyong, o diretor da unidade de cuidados intensivos do Hospital Zhongnan da Universidade de Wuhan, ao Global Times.

Os médicos envolvidos negaram também a questão de ter existido um pico no tráfego nos hospitais.

O estudo inclui também uma imagem do tráfego no Hospital Materno e Infantil de Hubei, onde uma área vazia defronte do edifício em 2018 estava repleta de veículos no outono de 2019.

Uma fonte familiarizada com a área disse ao jornal Global Times que o hospital em questão atravessou um processo de obras desde 2019 para expandir o parque de estacionamento.

Um empregado do hospital confirmou ao referido jornal que o local identificado nas fotos de satélite é um parque de estacionamento e acabara os trabalhos de construção recentemente à data da foto.

(Web editor: Renato Lu, editor)

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos