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Mentiras desmascaradas: a verdade sobre a vacina que os EUA começaram a desenvolver a 11 de janeiro

Fonte: Diário do Povo Online    19.05.2020 16h55

Por Jing Sanguan, Diário do Povo

O presidente norte-americano Donald Trump causou recentemente alvoroço quando disse que o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla inglesa) começou a desenvolver a vacina de Covid-19 no dia 11 de janeiro, sinalizando que o seu governo estava mentindo sobre a China esconder informações sobre o vírus e lançando dúvidas sobre a evolução da epidemia do coronavírus nos Estados Unidos.

“Os cientistas no NIH começaram a desenvolver a vacina em 11 de janeiro – pensem nisso – poucas horas após o código genético do vírus ter sido publicado online", disse Trump durante uma entrevista coletiva de 15 de maio.

As observações de Trump contradizem os políticos americanos, que continuam acusando a China de encobrir informações sobre o coronavírus e bloquear uma resposta global eficaz. Mas se é verdade que os cientistas começaram a trabalhar com vacinas em 11 de janeiro, o que exigiria informações específicas por parte da China, como poderia a China estar escondendo informações?

Trump alegou que não foi informado sobre a ameaça do vírus até o final de janeiro, enquanto o secretário de Estado Mike Pompeo culpou a China por atrasar os EUA na contenção do surto, considerando "incrivelmente frustrante" trabalhar com o governo chinês na obtenção de dados.

Segundo Trump, os EUA começaram a desenvolver uma vacina horas depois da China ter compartilhado atempadamente informações da sequência do genoma do vírus com a OMS, em 12 de janeiro. Tal significa que a China compartilhou atempadamente com o mundo as informações sobre o vírus, de forma transparente, incluindo os EUA, sendo que as acusações de encobrimento não passam de mentiras.

É preciso também ressaltar que, para desenvolver uma vacina, os dados genéticos não são suficientes, sendo que são precisas amostras do vírus para iniciar os testes. No entanto, foi apenas a 24 de janeiro que a China isolou pela primeira vez uma estirpe do vírus. Sendo assim, como conseguiram os EUA essa amostra?

As observações de Trump levaram alguns a questionar a verdadeira linha temporal do surto nos EUA, provocando especulações de que a pandemia possa ter surgido no país antes do anúncio oficial.

De acordo com o Business Insider, novas evidências estão surgindo para demonstrar que os casos de coronavírus podem ter se espalhado para os EUA em dezembro de 2019 e janeiro de 2020.

Michael Melham, prefeito de Belleville, estado de Nova Jersey, testou positivo para os anticorpos contra o coronavírus, acreditando que contraiu a Covid-19 em novembro, segundo a imprensa americana, em 30 de abril.

Os dados apontam para que 171 pessoas na Flórida possam ter sido infetadas pela Covid-19 desde 1º de janeiro e nenhuma apresentou historial de viagens para a China. Os dados foram posteriormente excluídos pelo Departamento de Saúde da Flórida, de acordo com o jornal americano The Palm Beach Post.

É isso que Pompeo chama de "transparência e abertura no compartilhamento de informações" nos Estados Unidos? O que está o seu governo tentando esconder?

Além disso, como podem os “primeiros” casos de coronavírus nos EUA ter sido relatados em 21 de janeiro? Será razoável pensar que os EUA começaram a trabalhar na vacina quando nenhum caso havia sido confirmado no país?

Uma explicação plausível é que o governo Trump não somente sabia da existência do vírus, mas também estava consciente da ameaça que ele representava.

Se o governo dos EUA soube da ameaça do vírus com antecedência suficiente para começar a desenvolver uma vacina em janeiro, por que não tomou as medidas adequadas para contê-lo nos dois meses seguintes, salvando dezenas de milhares de vidas? Em 11 de março, dois meses após o início do trabalho de desenvolvimento de uma vacina, os EUA haviam testado apenas 4.900 em 327 milhões de pessoas.

Os EUA têm 4% da população mundial, mas agora respondem por 28% das mortes por Covid-19 em todo o mundo, tornando-se o novo epicentro da pandemia. No dia 18 de maio, o número de mortos nos EUA atingiu os 90.000, enquanto o número de casos atingiu 1,5 milhão.

O que mais está o tio Sam escondendo? Quantas vidas serão perdidas devido à incapacidade de resposta do governo? Donald Trump terá muito a explicar ao mundo.

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