São Paulo, 8 mai (Xinhua) -- O estado de São Paulo, epicentro do novo coronavírus no Brasil, ampliou a quarentena até 31 de maio e não descarta implementar um lockdown (bloqueio total) caso haja um colapso do sistema de saúde para atender a todos os pacientes que necessitarem de terapia intensiva.

A medida foi anunciada nesta sexta-feira pelo governador João Doria, que afirmou que a pandemia é o fato mais trágico dos últimos 100 anos no Brasil e que o cenário é "desolador" diante de mais mortes que ocorrerão "nas próximas semanas".

"Não descartamos o 'lockdown', caso a ciência assim determine se as pessoas não optarem por ficar em casa", acrescentou o governador.

Doria disse que gostaria de poder autorizar a retomada das atividades comerciais, mas que, atualmente, se está atravessando "o pior momento da pandemia" e flexibilizar as medidas agora seria "pôr em risco milhares de vidas, o sistema de saúde e a recuperação econômica".

O estado de São Paulo tem 3.416 mortes pela Covid-19 e na região metropolitana o nível de ocupação de leitos hospitalares, segundo as autoridades de saúde, supera 85% e ainda não se chegou ao pico da epidemia.

O isolamento social na quarta-feira foi de 47%, abaixo do ideal entre 55% e 70% recomendado pelos assessores de saúde do governo do estado mais rico e populoso do Brasil, com 46 milhões de habitantes.

A quarentena com isolamento social não obrigatório tinha sido decretada em 24 de março, prorrogada duas vezes e terminaria no dia 11 de maio.

O aumento de casos na cidade de São Paulo e nos municípios vizinhos que integram a região metropolitana e onde vivem 10% da população brasileira foi de 760% nos últimos 30 dias.