Zhong Sheng
A propagação do novo coronavírus é uma situação extremamente séria. É também um teste à capacidade da humanidade trabalhar em conjunto. Embora a comunidade internacional tenha compreendido que a unidade é um pré-requisito para a vitória, algumas vozes são ainda contrárias a este pressuposto. Impulsos racistas profundamente enraizados enviam repetidamente sinais negativos aos esforços anti-epidemiológicos globais.
Por exemplo, no dia 4 de abril, durante a transmissão ao vivo do evento de luto realizado em Wuhan, um comentador da televisão francesa BFM TV proferiu um comentário ofensivo para com as vítimas da doença. Essa ocasião foi unanimemente condenada, tendo os internautas referido que “não se trata de um discurso ‘inapropriado’, mas um discurso racista”. Embora a estação tenha apresentado um pedido de desculpas pelo sucedido, os danos causados por tais palavras não podem ser ignorados.
Desde o início da epidemia do novo coronavírus, várias excentricidades publicadas por algumas personalidades no ocidente desmascararam tendências racistas latentes. Houve quem tenha tentado rotular o vírus e a epidemia subsequente de “doença da raça amarela”. “O novo coronavírus apenas ataca o sistema imunitário asiático”, houve quem afirmasse. A arrogância e o preconceito estão interligados, tal como a ignorância e a prepotência. A xenofobia é a “poluição” da comunidade internacional.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) enfatizou repetidamente que o vírus não conhece fronteiras e não distingue raças, cores de pele e posses. “O maior inimigo que enfrentamos não é o vírus, mas o estigma e o preconceito”. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres apelou repetidamente a todos os países para condenar a descriminação e as violações de direitos humanos: “não deixemos que os inocentes se tornem vítimas”. Alguns políticos e meios de imprensa do ocidente, todavia, escolheram ignorar estes apelos, fazendo constantemente comentários insultuosos, extremamente irresponsáveis e imorais, despoletando choques raciais. A comunidade internacional deve permanecer altamente vigilante e condenar profunda e resolutamente tais palavras e atos.
As lições históricas ensinam às pessoas que o racismo e xenofobia que acompanham as doenças infecciosas de grande escala não só não ajudam a resolver problemas, mas ajudam a criar obstáculos ainda maiores. Os discursos de culpabilização racial servem apenas o propósito de fomentar contradições e a discórdia. Temos de permanecer vigilantes para o vírus e a sua evolução e negar agendas ocultas, a estigmatização e o bullying sistemático contra as diferentes raças. Este tipo de tendências históricas são perigosas e não podem ser toleradas.
Dentro do atual contexto, várias personalidades internacionais informadas, apelaram repetidamente à união e cooperação, opondo-se à discriminação e divisão, expressando a sua adesão à boa vontade e à justiça.
Michael Ryan, o líder de projetos de emergência da OMS, deixou claro: “Eu acredito que toda a gente se irá arrepender de fazer associações entre o vírus e uma raça. Ninguém deseja isso. Precisamos de nos unirmos e cooperar”.
“Enquanto historiador e antropólogo, acredito que uma das melhores formas de alcançar uma compreensão mais aprofundada de uma sociedade e da sua civilização é assistir à sua forma de atuar perante as dificuldades”, afirmou Alan McFarland, um professor de antropologia social da Universidade de Cambridge.
“As doenças infeciosas são os inimigos de toda a humanidade”; Os vírus não conhecem fronteiras. A pandemia é o nosso inimigo comum”; “Atualmente, aquilo que a comunidade internacional mais precisa é de confiança firme, esforços concertados e uma resposta unida, reforçando integralmente a cooperação internacional rumo à vitória final. A humanidade deve dar as mãos e lutar em conjunto”, assim afirmou o presidente Xi Jinping perante os líderes do G20 na cúpula especial para responder à ameaça do coronavírus. As pessoas devem reconhecer a realidade objetiva desta luta. Ninguém deve ser deixado para trás sozinho, ninguém deverá ser ostracizado.