Nos passados dias 3 e 4 de março, Zhong Nanshan, o epidemiologista responsável pelos trabalhos de controle e prevenção do novo coronavírus na China, partilhou com Anita Simonds, da Sociedade Respiratória Europeia a experiência do país no combate ao surto, entretanto elevado a pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
No diáogo via videoconferência, Simonds inquiriu o médico chinês sobre o porquê de colocar as pessoas infetadas em hospitais de cabines em vez de os isolar em casa, no início do surto, pelo que Zhong explicou que: “A prioridade foi separar os casos infetados dos casos saudáveis. Por isso instalamos vários hospitais e alas e pedimos que ficassem lá. É para onde o enorme número de pacientes foi”.
A medida visava evitar que houvesse contágio entre membros da família.
A médica inquiriu sobre a eficiência do fecho de Wuhan, dizendo que, embora a Itália tenha entrado em quarentena, não é fácil para cidades europeias implementar tais medidas.
Zhong explica que na ausência de fármacos ou vacinas, a quarentena é ainda o mais antigo e mais eficiente meio de conter um surto.
Durante o vídeo, Zhong Nanshan proferiu um discurso intitulado “A Visão da China sobre a Gestão da Epidemia de Covid-19”.
Entre as várias medidas o médico destacou:
- Quarentena em Wuhan a 23 de janeiro: “Ninguém entra ou sai de Wuhan”
- Anúncio em tempo real do número de casos diagnosticados e suspeitos em todo o país”
- Mecanismo inter-institucional ativado (prevenção, deteção precoce, diagnóstico e isolamento)
De acordo com Zhong Nanshan, o surto atingiu o seu pico em fevereiro e deverá começar a ser contido em abril.
Zhong apelou, por fim, a que os países europeus em que sejam detetados casos de Covid-19, ajam com celeridade para conter a sua propagação. Ele reiterou a disponibilidade da China para a partilha de informações relevantes.