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Comunidade científica chinesa afirma que coronavírus apresentou mutações

Fonte: Diário do Povo Online    05.03.2020 10h10

As mais recentes pesquisas da comunidade científica chinesa revelam que o Covid-19 gerou recentemente 149 pontos de mutação, evoluindo para dois subtipos, nomeadamente o subtipo L e o subtipo S.

O estudo averiguou que os dois subtipos revelam diferenças significativas na distribuição geográfica e proporções populacionais. O tipo S é já uma versão relativamente antiga, enquanto que o subtipo L é mais agressivo e mais contagioso. Um entendimento mais profundo dos diferentes subtipos irá ajudar ao tratamento diferenciado e à prevenção.

A pesquisa surge na publicação científica National Science Review e surge intitulada como “Sobre a origem e evolução contínua do SARS-CoV-2”, publicada a 3 de março, com o patrocínio da Academia Chinesa de Ciências.

Os autores da pesquisa são: Lu Jian (Centro de Bioinforática, Escola de Ciências Biológicas, Universidade de Pequim) e Cui Jie (Instituto Pasteur de Shanghai da Academia Chinesa de Ciências).

Na dissertação, ao analisar a evolução dos 103 genomas do novo coronavirus, foram detetadas 149 mutações, a maioria delas ocorridas recentemente. O estudo revela que o novo coronavírus evoluiu para dois subtipos: L e S. Das mutações, 101 pertencem a estes dois subtipos. Em termos de proporção, o subtipo L perfaz 70% e o subtipo S, 30%.

Os autores acreditam que, de acordo com a evolução, podem haver grandes diferenças na habilidade de transmissão e grau da doença nos subtipos L e S.

Além disso, vale a pena frisar que estas 103 amostras revelam que a maioria dos pacientes foi infetada com apenas 1 dos subtipos L ou S. Porém, um paciente americano com um recente historial de viagem a Wuhan revela poder ter sido infetado com ambos os tipos L e S.

Os autores não descartam a possibilidade de novas mutações.

No Brasil, os dois casos detetados, segundo as autoridades de saúde, apresentam mutações distintas.

Investigadores do Instituto Adolfo Lutz e da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo apuraram que o primeiro caso confirmado era semelhante ao vírus encontrado na Alemanha, enquanto que o segundo se assemelhava a um caso no Reino Unido. Ambos são diferentes dos vírus da China.

Segundo a imprensa local, os dois casos regressaram ao Brasil depois de terem estado em Itália.

Ester Sabino, pesquisadora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, disse que a mutação no vírus é uma marca deixada pela disseminação da epidemia e que pode ser usada por pesquisadores para rastrear a sua propagação.

As autoridades brasileiras, que entretanto já detetaram mais casos em todo o país, avançaram com um orçamento de 10 milhões de reais sendo preparado para a pesquisa do novo coronavírus.

A Fundação Osvaldo Cruz está também produzindo reagentes para a deteção do Covid-19, esperando-se que nas próximas 2 semanas, 10,000 reagentes sejam distribuídos por 14 estados do país para acelerar o diagnóstico. A imprensa local avança que a fundação irá produzir um total de 30,000 reagentes.

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