As autoridades chinesas responsáveis pelo controle de epidemias, fronteiras e pontos de entrada aprimoraram os esforços de vigilância e saúde pública, adotando uma abordagem proativa para conter o risco do surto do novo coronavírus de dentro e de fora do país.
O município de Qingtian, na província de Zhejiang, registrou sete novos casos confirmados de infecções, todos provenientes de Itália, na terça-feira, elevando para oito o número total de novos casos de coronavírus provenientes do estrangeiro. Foram também detetados casos entre pessoas que viajaram do Reino Unido e do Irã para Shenzhen, na província de Guangdong, Beijing e para a Região Autônoma da Etnia Hui de Ningxia.
Em relação aos novos casos em Qingtian, um município conhecido pela tradição de seus residentes buscarem oportunidades de negócios no exterior, os pacientes são cidadãos chineses que trabalhavam em um restaurante na cidade de Bergamo, no norte da Itália, que registrou 243 casos na segunda-feira.
Zeng Guang, epidemiologista chefe do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, pediu um reforço das medidas de saúde e quarentena internacionais. "Os estrangeiros e cidadãos chineses devem ser tratados em pé de igualdade no que concerne a medidas de controle de epidemias, principalmente no caso de países e regiões afetados pelo vírus", disse Zeng.
Medidas como a medição de temperatura e rastreamento dos locais por onde os viajantes passaram, são algumas medidas que as autoridades terão de levar a cabo meticulosamente, disse ele.
O governo de Qingtian enviou equipes aos aeroportos de Shanghai, Hangzhou e Wenzhou para transportar os residentes do condado que voltaram do exterior.
Um total de 330.000 naturais de Qingtian vivem e trabalham no exterior. Desde o início da epidemia em Wuhan, na província de Hubei, no início de janeiro, eles contribuíram para a luta do país contra o vírus, inclusive fazendo doações.
Zhang Weihua, secretário da Federação dos Chineses Retornados do Exterior de Qingtian, pediu a todos os compatriotas que regressassem do exterior para seguir as orientações, fazer exames médicos e ficar em quarentena por 14 dias antes de voltarem para suas casas.
Na semana passada, o renomado especialista em pulmonologia, Zhong Nanshan, disse em uma entrevista coletiva em Guangzhou, na província de Guangdong, que, à medida que a epidemia global piora, a China poderá registrar um aumento da entrada de casos infetados do novos coronavírus.
Outras regiões da China, como Beijing, Shanghai, Chongqing e as províncias de Shandong e de Fujian, introduziram quarentenas de 14 dias e outras medidas para aqueles que chegam do exterior, principalmente das regiões mais atingidas.