Brasília, 9 mar (Xinhua) -- O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, disse nesta segunda-feira, em meio a uma forte queda dos mercados internacionais, que as reformas são a melhor resposta aos impactos econômicos do coronavírus no país e assegurou que a equipe econômica está "absolutamente tranquila" e enfrentará a crise com serenidade.
"Nós estamos absolutamente tranquilos, a equipe de economia está tranquila. É uma equipe serena, experiente. Já vivemos isso várias vezes. Conhecemos isso. Sabemos lidar com isso. Estamos absolutamente tranquilos, serenos. Então, é hora de justamente termos uma atitude construtiva. Os três poderes, com serenidade, cada um resolvendo a sua parte", declarou à imprensa.
A derrubada do preço do petróleo e dos mercados financeiros internacionais se refletiu nesta segunda-feira no Brasil, com uma queda de mais de 10% na abertura dos negócios na Bolsa de Valores de São Paulo, o que levou ao acionamento do "circuit braker" e a interrupção das negociações por meia hora.
As operações foram reiniciadas, mas o Ibovespa, principal índice do mercado de ações, fechou com baixa de 12,17%, aos 86.067 pontos, sua maior queda diária desde 10 de setembro de 1998, quando caiu 15,8%. A Bolsa está no menor patamar desde 27 dezembro de 2018, quando fechou aos 85.460 pontos.
O dólar comercial fechou em alta de 1,97%, a 4,726 reais na venda, maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real, apesar da intervenção do Banco Central no mercado de câmbio.
Os analistas das instituições financeiras reduziram a estimativa de crescimento da economia este ano de 2,17% para 1,99%, segundo a pesquisa divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central, em um reflexo do anúncio na semana passada de que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 registrou 1,1%.
No entanto, segundo o ministro Paulo Guedes, enquanto a economia mundial está com problemas, a brasileira vinha se "reacelerando" e afirmou que a continuidade da retomada do crescimento dependerá da aprovação das reformas administrativa e tributária, além de outras medidas, pelo Congresso.
"O Brasil pode ser realmente um país que transformou a crise em uma "reaceleração" do crescimento, geração de empregos em um mundo que está com graves problemas", disse.
"O mundo cai e o Brasil começa a subir. Chegou o coronavírus. Isso piora a crise. Qual é minha resposta a isso? Temos que manter uma serenidade absoluta e a melhor resposta à crise são as reformas", afirmou Guedes.