Rio de Janeiro, 2 fev (Xinhua) -- O governo brasileiro anunciou neste domingo que repatriará todos os cidadãos do país que estão na cidade chinesa de Wuhan, epicentro do novo coronavírus.

Em um comunicado divulgado conjuntamente pela Chancelaria e o Ministério da Defesa, o governo assegurou que "adotará todas as medidas necessárias" para repatriar os cerca de 50 brasileiros que se encontram na região mais afetada pelo vírus.

Quando chegarem ao país, os repatriados serão submetidos a uma quarentena "de acordo com os procedimentos internacionais, sob orientação do Ministério da Saúde".

Atualmente, a Força Aérea Brasileira trabalha na elaboração do plano de voo da aeronave que será enviada para a China, "possivelmente fretada", segundo o texto, para trazer de volta os cidadãos brasileiros.

Em declarações à Rede Globo, o chanceler Ernesto Araújo afirmou que o governo não tem ainda uma previsão de data para a repatriação e que há "muitas variáveis" nas negociações.

"Claro que sabemos da ansiedade das pessoas que estão lá e dos familiares no Brasil. Estamos trabalhando da maneira mais rápida que podemos. Existem varias variáveis que estão se encaixando: a negociação com o governo chinês, o plano de voo, a escala, montar o sistema de quarentena aqui...", explicou Araújo.

O anúncio do governo brasileiro foi divulgado horas depois que vários brasileiros que vivem em Wuhan publicaram um vídeo gravado por eles no qual pediam ao presidente Bolsonaro um esforço para repatriá-los.

No sábado, Bolsonaro afirmou que havia várias dificuldades para repatriar os brasileiros, como o alto custo da operação e da falta de uma lei nacional que obrigue os repatriados a permanecer isolados em quarentena.

Segundo o ministério da Saúde brasileiro, há 16 casos suspeitos de coronavírus no país, mas nenhuma confirmação até o momento.