Encontro da ONU resulta em apelo para mais esforços no combate às alterações climáticas

Fonte: Diário do Povo Online    03.12.2019 11h16

Os participantes da conferência da ONU para as alterações climáticas deste ano apelaram a resoluções mais ambiciosas na redução das emissões de gases com efeito estufa, após o início da conferência na segunda-feira em Madrid, Espanha.

Carolina Schmidt, a ministra do Ambiente do Chile, disse que a conferência deve lançar as bases para a humanidade rumar ao estabelecimento de economias sem carbono, com maior sensibilidade face às classes mais desfavorecidas e mais vulneráveis aos aumentos de temperatura.

"Aqueles que não querem ver os fatos, estão no lado errado da história", disse Schmidt, também presidente da conferência.

A presidente apelou aos governos para fazerem promessas mais ambiciosas para reduzir as emissões de carbono, no advento do prazo estipulado pela ONU para o próximo ano.

A cúpula migrou para Espanha, após o Chile ter que efetuar um cancelamento devido aos protestos anti-governamentais, apesar de se manter sob a presidência chilena. Quase 200 países tentarão alcançar um consenso em como estabelecer um mercado internacional de comércio de carbono e compensar os países mais pobres pelas perdas decorrentes das alterações climáticas. A conferência irá continuar até 13 de dezembro.

"Temos um desafio comum, mas com necessidades e urgências diferenciadas, as quais podemos apenas superar se trabalharmos juntos", disse Schmidt.

Participando na cerimônia de abertura, o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que o mundo atravessa um período crucial de esforço coletivo para limitar os perigos do aquecimento global.

"Até ao final da próxima década, estaremos em um de dois caminhos. Um é o caminho da rendição, onde caminhamos sonâmbulos até não haver nada a fazer, comprometendo a saúde e segurança de todos neste planeta... A outra opção é o caminho da esperança. Um caminho de compromisso e de soluções sustentáveis".

Tal como delineado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas da ONU, o mundo precisaria de limitar o aumento médio da temperatura global para 1,5Cº, atingir a neutralidade de carbono até 2050 e reduzir as emissões de gases com efeito estufa em 45% dos níveis de 2010 para 2030, de modo a manter as alterações climáticas em limites razoáveis. Guterres advertiu, contudo, que até à data, os esforços da comunidade internacional para alcançar tais metas têm sido "completamente inadequados".

"O que falta ainda é a vontade política. A vontade política para pôr um preço no carbono. A vontade política para cessar os subsídios a combustíveis fósseis. A vontade política para parar de construir mais usinas de carvão de 2020 em diante. A vontade política para transferir a tributação sobre os rendimentos para o carbono - taxando a poluição em vez das pessoas", disse.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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