Portugal pede ao Reino Unido que defina posição com UE "de uma vez por todas"

Fonte: Xinhua    23.10.2019 11h06

Lisboa, 21 out (Xinhua) -- O primeiro-ministro português, António Costa, expressou na segunda-feira "preocupação" com o impasse político no parlamento britânico pela aprovação do novo acordo Brexit e pediu ao Reino Unido que definisse suas relações com a União Europeia (UE) "de uma vez por todas".

"O que pedimos ao Reino Unido é definir de uma vez por todas a sua posição. Não podemos reabrir sistematicamente negociações, fazer acordos e, depois de acordados, não passar no parlamento do Reino Unido. É impossível", disse Costa aos repórteres no Palácio de Belém após reunião com o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, teria enviado uma carta não assinada à UE na noite de sábado solicitando um adiamento da partida britânica até o final de janeiro do próximo ano. No entanto, o líder conservador enviou uma segunda carta assinada, na qual afirmou não achar benéfico adiar a "separação" britânica para além de 31 de outubro.

"Estou muito satisfeito por ver Boris Johnson escrevendo ao Conselho Europeu reafirmando que ele continua defendendo o acordo alcançado" na última cúpula dos chefes de estado e de governo da UE, disse Costa.

Ele disse que espera que esta nova tentativa de compromisso "seja para sempre, porque este é o quarto acordo que a União Europeia conclui com o governo britânico".

"Uma coisa que a União Europeia entende é que, se houver Brexit, isso deve ser feito de maneira ordenada", acrescentou Costa.

"Se você quer esse acordo, aprove-o. Se não quiser, nos diga qual acordo deseja", enfatizou ele.

O governo britânico foi forçado a enviar uma carta solicitando uma prorrogação depois que seu parlamento aprovou no sábado uma emenda pedindo um adiamento do Brexit, levando Johnson a retirar a votação planejada do acordo.

A emenda adotada no sábado pretende atuar como uma salvaguarda de segurança se o procedimento parlamentar da lei do Brexit não for concluído até 31 de outubro e impedir o Reino Unido de deixar a UE sem acordo.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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