Enviado chinês lamenta muito e se opõe a EUA saírem do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário

Fonte: Xinhua    07.08.2019 15h11

Genebra, 6 ago (Xinhua) -- O embaixador chinês para Assuntos de Desarmamento, Li Song, disse na terça-feira que a China lamenta profundamente e se opõe firmemente ao fato de os Estados Unidos saírem, apesar da oposição internacional, do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário.

Li Song apresentou na Conferência sobre Desarmamento a posição e proposta da China sobre a retirada dos EUA do Tratado.

Desde que os EUA anunciaram de maneira oficial sua retirada, em 2 de agosto, Li disse que funcionários de alto escalão do Departamento de Defesa dos EUA declararam publicamente que os EUA procurarão retomar o desenvolvimento e desdobramento de mísseis de alcance intermediário.

Isso demonstra plenamente que sair do Tratado é outra ação negativa dos EUA para perseguir o unilateralismo apesar de seus compromissos internacionais, disse o enviado chinês.

"A verdadeira intenção deles é fazer que o Tratado já não seja compulsório para eles, de modo que possam procurar de forma unilateral a vantagem militar e estratégica."

"Se os EUA adotarem as medidas unilaterais irresponsáveis acima mencionadas, isso escavará o equilíbrio e a estabilidade estratégicos mundiais, intensificará as tensões nas relações internacionais, escavará a confiança estratégica mútua dos grandes países, romperá os processos internacionais de desarmamento nuclear e controle de armas e ameaçará a paz e a segurança nas regiões pertinentes."

Li disse que, como a vasta maioria dos membros da comunidade internacional, a China está profundamente preocupada com os acontecimentos negativos.

Ao saírem do Tratado, os EUA declararam que acabou a era do desarmamento nuclear bilateral EUA-Rússia e mais uma vez levantaram o assunto da participação da China nas negociações multilaterais de controle de armas nucleares com os EUA e a Rússia.

"A afirmação dos EUA é um total desvio da atenção internacional. A China não tem intenção de participar de tais negociações e não será parte delas", disse Li.

O enviado chinês enfatizou que a estratégia nuclear da China para a autodefesa é completamente transparente, sua política nuclear é muito responsável, seu arsenal nuclear é de uma escala extremamente limitada e nunca representa ameaças para a paz e a segurança internacionais.

"A China nunca se dedicou, não se dedica nem se dedicará a uma corrida armamentista nuclear com nenhum país."

O Tratado foi assinado em 1987 entre a ex-União Soviética e os EUA para a eliminação de mísseis de alcance curto e intermediário lançados desde terra. Eliminá-lo ameaça arrastar as duas grandes potências militares de volta a uma corrida armamentista como na Guerra Fria.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, emitiu uma declaração em que lamentou "profundamente" o final do Tratado e advertiu que "o mundo perderá um inestimável freio à guerra nuclear".

Li Song pediu que a comunidade internacional evite as graves consequências da retirada dos EUA e impeça que eles renunciem a suas próprias responsabilidades primárias e especiais no desarmamento nuclear sob qualquer pretexto.

O enviado chinês exigiu que os EUA exerçam a contenção, não tomem medidas que escavem os interesses de segurança de outros países, cumpram com suas devidas responsabilidades internacionais como grande potência e protejam sinceramente a paz e a segurança de nível regional e mundial.

Li enfatizou que esta é a voz comum da comunidade internacional.

Assinalou que a China apoia e incentiva os EUA e a Rússia para que mantenham o diálogo em segurança estratégica e assuntos bilaterais de desarmamento nuclear e realizem os esforços necessários para estender o novo ponto de partida.

As diferenças entre os EUA e a Rússia na implementação dos tratados de desarmamento nuclear se devem resolver através do diálogo e negociação, disse Li, que acrescentou que não é correto nem possível abordá-las se retirando dos tratados ou os violando.

"Como potências possuidoras dos maiores arsenais nucleares, os EUA e a Rússia são obrigados a continuar reduzindo significativamente seus arsenais nucleares de forma verificável, irreversível e legalmente obrigatória, assinalou o diplomata chinês.

Li enfatizou que isso é importante garantia para a manutenção da estabilidade estratégica mundial, a paz e a segurança internacionais e o regime internacional de controle de armas e não proliferação, o que também criará as condições necessárias para impulsionar o processo multilateral de desarmamento nuclear.

(Web editor: Zhang Rong, editor)

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