Problemas de coabitação, rendas elevadas e poluição estão na base da nova tendência.
Os graduados universitários na China estão deixando as cidades de primeiro escalão e rumando a cidades menos desenvolvidas, de acordo com o relatório de empregabilidade de graduados universitários, publicado na segunda-feira.
O relatório refere que apenas 21% dos graduados escolheram cidades de primeiro escalão (Beijing, Shanghai, Guangzhou, Shenzhen) no ano passado, menos 4 pontos percentuais que 2014.
No ano passado, 24% dos graduados escolheram permanecer nas cidades de primeiro escalão após trabalhar lá por 3 ou mais anos – 6% a mais que 2014.
O relatório comprovou ainda que cidades de segundo escalão estão atraindo cada vez mais recém-graduados.
Cerca de 37,3% dos graduados universitários que escolheram trabalhar em uma das 10 melhores cidades de segundo escalão, como Hangzhou, Chengdu, Ningbo e Wuhan, provieram de outras regiões em 2018 – um aumento de 9,4% face a 2014.
O documento, o 11º de seu tipo elaborado até à data, foi baseado em um inquérito a 303,000 graduados de 30 regiões provinciais. Ele foi emitido pelo MyCOS, um instituto de consultoria e investigação de Beijing, e pela Social Sciences Academic Press (China), vinculada à Academia Chinesa de Ciências Sociais.
Wang Boqing, fundador da MyCOS, disse que grandes populações, congestionamento de tráfego, poluição, aumento dos preços de propriedade e dificuldade na obtenção de residência permanente tornaram a vida nas cidades de primeiro escalão menos atrativa para os graduados, possibilitando a oportunidade das cidades de segundo escalão contratarem mais talentos.
As cidades de segundo escalão apresentaram também políticas favoráveis para atrair graduados universitários, incluindo tratamento preferencial para a obtenção do dístico de residência, bem como subsídios ao arrendamento, disse ele.
Essas cidades devem manter as suas vantagens, tais como baixo custo de vida e um ambiente mais acolhedor, para manter a sua atratividade, acrescentou.
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