Ao avançar para uma guerra comercial contra a China, os EUA arriscam-se a perder o fornecimento de materiais vitais à manutenção da sua capacidade tecnológica.
A China produz a maioria das terras-raras do mundo – elementos químicos com propriedades magnéticas usados num alargado leque de produtos eletrônicos e de consumo.
Embora relativamente desconhecidos, os elementos das terras-raras são os materiais que ajudam a iluminar o seu celular, tornam possíveis os raios-x e asseguram o uso seguro de reatores nucleares.
Enquanto maior fornecedor mundial de tais materiais, a China sempre defendeu os princípios de abertura, coordenação e partilha no desenvolvimento da sua indústria de terras-raras.
Apesar da resposta à demanda doméstica ser prioritária, a China está disponível a tentar satisfazer a demanda mundial por terras-raras, contanto que o seu uso se deva a motivos legítimos.
“Estamos felizes por constatar que as terras-raras e materiais relacionados podem ser usados para todo o tipo de produtos avançados que possam ajudar a melhor satisfazer a demanda por uma vida melhor por parte de pessoas de todo o mundo”, disse um oficial da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.
No entanto, se alguém procurar usar as terras-raras contra a China, o povo chinês não o irá aceitar.
Ao tomar ações unilaterais para conter o desenvolvimento tecnológico de outros países, os EUA parecem ter omitido um fato: a cadeia de fornecimento internacional está de tal modo interligada que nenhuma economia pode sobreviver por si só.
De acordo com um inquérito geológico dos EUA, entre 2014 e 2017 os EUA importaram 80% das suas terras-raras da China.
Com o avanço da revolução tecnológica e industrial, as terras-raras deverão ser aplicadas em mais áreas, e o seu valor estratégico tornar-se-á mais proeminente, disse o oficial.
A China reiterou a sua posição na promoção do multilateralismo e tentou evitar uma guerra comercial que ponha em causa os interesses públicos.
Porém, se necessário, a China tem várias cartas que pode colocar em jogo.