O TikTok, um popular aplicativo de vídeos, foi retirado das plataformas da Google e da Apple na Índia, na quarta-feira. A medida surge após o Tribunal de Madras ter decretado que o aplicativo encorajava a pornografia, apelando ao governo para proceder à sua proibição.

A medida congelou a expansão da ByteDance, detentora do TikTok e empresa privada mais valiosa do mundo, no seu maior mercado fora da China.

O rápido crescimento da ByteDance atraiu a crítica do governo no exterior e na China, onde a empresa foi advertida por alojar conteúdo “inapropriado”.

O aplicativo foi banido no Bangladesh em fevereiro, e resultou em uma multa de 5,7 milhões de dólares nos EUA por alegada recolha ilegal dados de menores.

A proibição da Índia não se aplica, contudo, aos utilizadores que já fizeram download do aplicativo. Para eles, ele irá funcionar normalmente.

O TikTok é o primeiro sucesso das redes sociais chinesas no exterior, tendo o aplicativo virado um hit na Índia, onde foi baixado por cerca de 300 milhões de utilizadores, até à data, de acordo com uma análise da firma Sensor Tower. Trata-se de uma porção significativa do atual bilhão de consumidores globais da empresa.

A Índia é um mercado crítico para as redes sociais e empresas de conteúdos digitais móveis, à medida que o país protagoniza um rápido aumento do uso de smartphones. Cerca de meio bilhão de indianos têm atualmente acesso à internet.

A detentora do TikTok, Bytedance, detém também um outro aplicativo de nome “Helo”, o qual permite aos utilizadores partilhar conteúdos nas línguas locais. A Bytedance emprega mais de 250 pessoas na Índia, tendo planos para alargar a sua atividade.

Um porta-voz do TikTok disse na quarta-feira ter fé no sistema judicial, e que estava “otimista por um resultado que seria bem recebido” pelos milhões de utilizadores na Índia. O tribunal estatal irá deliberar novamente sobre o caso a 24 de abril.