BEIJING, 12 de abr (Diário do Povo Online) – O 2º Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional será realizado este mês, em Beijing. Zhou Zhiwei, diretor executivo do Centro de Pesquisa do Brasil, subordinado ao Instituto da América Latina da Academia Chinesa de Ciências Sociais, afirmou em uma entrevista ao Diário do Povo Online que a iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” consiste em uma oportunidade mutuamente vantajosa de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.
Iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota” promove o entendimento entre os povos
Zhou afirmou que os governos da China e dos países de língua portuguesa têm vindo a aprofundar a sua parceria estratégica. A China, enquanto um dos parceiros atualmente mais relevantes da lusofonia, contribuiu significativamente para o desenvolvimento econômico deste polo. O coletivo, por sua vez, especialmente o Brasil e Angola, também se tornou um mercado importante para as empresas chinesas.
Entre 2010 a 2017, a China forneceu mais de 400 empréstimos sem juros aos países asiáticos e africanos de língua portuguesa. No contexto do enfraquecimento da liquidez global, foi prestada assistência financeira em prol do desenvolvimento estável da economia e sociedade destes países.
Segundo Zhou, ambos as partes alcançaram resultados positivos na construção de infraestruturas, tais como: o projeto de transmissão UHV de Belo Monte, no Brasil, o projeto do edifício presidencial, em Timor Leste, e a construção do Estádio Nacional de Moçambique.
Zhou salientou que a iniciativa chinesa do Cinturão e Rota veio garantir mais oportunidades para o entendimento entre os povos, incentivando o reconhecimento mútuo, através do intercâmbio cultural e acadêmico, atividades diplomáticas e projetos de construção.
Macau desempenhou ainda um papel importante no impulsionamento da cooperação multissetorial entre a China e os países de língua portuguesa.
Países de língua portuguesa se integram no Cinturão e Rota
Segundo o diretor, graças à realização do Fórum para a Cooperação Internacional, a China e os países de língua portuguesa assinaram vários memorandos de entendimento. Como elo importante entre o governo e o povo, cada vez mais grupos acadêmicos dos países de língua portuguesa vêm à China para troca de ideias, demonstrando interesse pela iniciativa.
Zhou acredita que a cooperação bem sucedida entre a China e os países de língua portuguesa oferece um modelo para a cooperação com países terceiros.
Ampliação e reforço da cooperação
Ao abordar as relações entre a China e os países de língua portuguesa no futuro, Zhou refere que o desenvolvimento de novas áreas de comércio e investimento devem ser o foco primordial. Em comparação com o rápido crescimento do comércio de produtos, o desenvolvimento do comércio de serviços decorre de modo mais lento. Tanto Portugal como o Brasil apresentam vantagens no comércio de serviços, o que se espera que seja um novo foco de crescimento para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa no futuro.
Além da cooperação bilateral entre a China e os países de língua portuguesa, Zhou afirmou que, no futuro, poderão ainda ser exploradas novas possibilidades de cooperação com países terceiros, a fim de criar modelos de cooperação ainda mais eficientes
