China: sexo e violência cada vez mais difundidos online

Fonte: Diário do Povo Online    16.04.2019 15h36

BEIJING,16 de abr (Diário do Povo Online) - Dezenas de milhões de estudantes do ensino primário e médio têm acesso generalizado à pornografia e a conteúdos que retratam violência, segundo uma recente sondagem, em uma altura em que a China tem vindo a mover esforços para eliminar matérias da web.

O relatório sobre o uso da internet por menores na China em 2018 apurou que 30,3% dos internautas com menos de 18 anos já se haviam deparado com pornografia, violência ou uso ilegal de estupefacientes no tempo que passaram online.

Quase 15% dos inquiridos sofreram danos psicológicos ou financeiros devido a informações enganosas online, e cerca de 16% afirmaram ter sido alvos de ataques verbais, bullying ou invasão não consentida de privacidade durante o uso da internet, de acordo com o relatório, publicado pelo Comitê Central da Liga Comunista Chinesa Jovem e pelo Centro de Informações da Rede de Internet da China.

A sondagem abrangeu 31,158 estudantes da escola primária e secundária em todo o país. Face há uma década atrás, o número de estudantes que encontrou os conteúdos referidos registrou uma descida.

Uma sondagem de 2009 apurou que 48,3% dos adolescentes havia visitado websites de pornografia, e que 43,4% havia recebido ameaças via internet.

O governo criou a linha direta 12321 em 2008 para lidar com queixas sobre informações falsas, pornografia e bullying online. A linha recebe dezenas de milhares de contactos todos os meses, muitos dos quais relacionados com pornografia, de acordo com os relatos de trabalho da linha.

Liu Han, um estudante do ensino secundário de Beijing que utiliza frequentemente aplicativos de smartphone para estudar e para assistir a conteúdos de entretenimento, explica que janelas pop-up contendo conteúdos sexuais são comuns em websites que oferecem filmes gratuitos e romances populares online – websites frequentemente visitados pelos seus colegas.

“Por vezes até aparecem durante as aulas enquanto o professor ensina a matéria”, disse.

Os especialistas afirmam que tais conteúdos têm um impacto imenso nos adolescentes, “cujas emoções geralmente superam a razão”.

A situação torna-se pior devido à ausência de educação sexual formal nas escolas, a qual é posta de lado do plano curricular ou evitada pelos professores, que se sentem embaraçados por discutir sexo em público, disse Sun.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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