Cinturão e Rota: China ressalta importância da pluralidade linguística para a cooperação

Fonte: Diário do Povo Online    08.04.2019 11h30

A China deve apostar no ensino de várias línguas estrangeiras, não somente o inglês, à medida que a iniciativa do Cinturão e Rota progride, segundo vários especialistas.

Existem pelo menos 53 línguas oficiais faladas nos 65 países e regiões envolvidos na iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”. Todavia, apenas 20 delas são ensinadas no ensino superior na China, refere Wang Junfeng, presidente da Associação de Advogados da China.

“A escassez de quadros capazes de falar uma língua estrangeira além do inglês não beneficia a China na veiculação de informação e cultura com outros países e regiões do Cinturão e Rota, o que pode levar a que eventualmente sejam afetados os laços interpessoais”, disse.

Chen Jingying, vice-presidente da Universidade de Ciência Política e Direito do Este da China, disse que a aptidão linguística é importante para o progresso do Cinturão e Rota e para o país continuar a sua abertura. Ela sugere aumentar a oferta de programas linguísticos extra-inglês.

Wang refere que, além do inglês, vários outros idiomas estrangeiros são também importantes. “Por exemplo, Portugal não é um país grande em termos de área geográfica, mas mais de 200 milhões de pessoas no mundo falam o português”.

Um relatório publicado pelo Centro de Informação Estatal, afiliado à Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma em 2017 disse que cerca de 95% das 423 agências que garantem serviços de tradução no país se focam na tradução chinês-inglês. Apenas 2,6% deles garantem serviços de tradução do chinês para línguas estrangeiras para lá das 3 línguas mais requisitadas: inglês, japonês e francês.

Os especialistas indicam que as autoridades responsáveis pela educação devem aumentar o investimento do país na educação de línguas estrangeiras nas universidades e na contratação de mais professores.

“As escolas podem encorajar mais jovens a apostar no domínio de línguas estrangeiras através da redução de encargos financeiros, aumento do número de bolsas de estudo e auxílio à empregabilidade”, afirma Wang.

É também importante encorajar mais estudantes estrangeiros a vir até à China para aprender chinês, afiança Wang, acrescentando que uma política de emissão de vistos menos restritiva seria necessária para aqueles que desejam ficar na China após se graduarem.

Algumas das escolas melhor reputadas do país dizem ter acrescentado novas línguas à sua oferta educativa nos últimos anos para responder ao desenvolvimento estratégico do país.

Em 2016, por exemplo, a Universidade de Estudos Internacionais de Shanghai começou a encorajar seus estudantes a estudarem pelo menos duas línguas estrangeiras, bem como fundamentos de comunicação intercultural. A instituição oferece agora licenciaturas em húngaro, polaco, cazaque, uzbeque, e checo.

Os estudantes podem também aprender swahili, uma língua popular na África oriental, e pashto, um idioma falado no Afeganistão e no Paquistão. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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