Trens de carga China-Europa trazem novas oportunidades ao continente europeu

Fonte: Xinhua    26.03.2019 10h26

Lyon, França, 26 mar (Xinhua) -- Depois de viajar aproximadamente 10 mil quilômetros pelo continente euro-asiático por cerca de 18 dias, um trem de carga proveniente da cidade de Wuhan, no centro da China, chegou em uma manhã de março em Venissieux, no sul da cidade francesa de Lyon, com seus contêineres cheios de roupas esportivas, produtos eletrônicos e itens para uma exposição cultural.

No século 16, Lyon era um dos terminais da antiga Rota da Seda na Europa Ocidental, que ligava o Oriente e o Ocidente e facilitava a troca de produtos, técnicas inovadoras, doutrinas e culturas.

Hoje, batizado de "caravanas de camelos de aço", o Trem Expresso China-Europa traz novas oportunidades para a Europa e injeta novo ímpeto no comércio sino-francês, cujo volume ultrapassou US$ 60 bilhões em 2018.

Marcel Stein, chefe da empresa alemã DBO Bahnoperator, que administra os trens de carga de transferência desde a cidade alemã de Duisburgo para Lyon, acredita que o Trem Expresso China-Europa oferece novas oportunidades de importação e exportação para os comerciantes.

"Leva cerca de 15 dias para os trens de carga da China para a França, exatamente entre o tempo de trânsito do frete marítimo (cerca de 40 dias) e do frete aéreo (alguns dias), mas o custo é apenas uma fração do transporte aéreo e próximo do transporte marítimo", apontou Stein.

"O Trem Expresso China-Europa é uma escolha ideal, por exemplo, para aqueles que querem transportar seus bens da Europa para a China. Neste caso, a rota ferroviária que liga Lyon a Wuhan não tem concorrente no mercado", acrescentou.

Os dados oficiais da China mostraram claramente o salto do Trem Expresso China-Europa desde seu lançamento em 2011. Sendo uma artéria do comércio internacional, os trens de carga agora ligam 59 cidades chinesas com 50 cidades em 15 países europeus, com o número total de viagens ultrapassando 14 mil.

Na França, a primeira rota de carga ligando Lyon e Wuhan entrou em operação em abril de 2016. Um ano e meio depois, uma rota personalizada de Wuhan para Dourges na França foi lançada a pedido da Decathlon, uma varejista francesa de artigos esportivos.

Brigitte Bernard, gerente do terminal em Venissieux, disse que nunca viu contêineres da China antes de 2016, mas que agora os contêineres chineses chegam a esse terminal toda semana. "Apesar de uma proporção atualmente baixa de contêineres chineses em nosso terminal, espero um aumento no futuro e quero receber mais contêineres vindos da China", disse ela.

Alain Labat, vice-presidente do Novo Instituto Franco-Chinês, disse que o futuro desenvolvimento do Trem Expresso China-Europa depende essencialmente de dois fatores. "O primeiro é o aperfeiçoamento necessário das capacidades de exportação da França para reequilibrar todo o seu comércio exterior, e o segundo é o crescimento das importações chinesas da França", analisou ele.

A França participou da primeira Exposição Internacional de Importação da China, realizada em Shanghai em novembro passado, o que traz a esperança para desenvolvimentos favoráveis, assinalou Labat, esperando que os políticos franceses tenham uma melhor concepção da Iniciativa do Cinturão e Rota.

Wang Lijun, CEO da Wuhan Asia-Europe Logística (WAE), operadora da rota Wuhan-Lyon, disse que há dois trens de carga que partem para Lyon semanalmente, onde as cargas são distribuídas e entregues a Paris, Bordeaux e Dourges.

Atraídas pelo vigoroso comércio sino-francês e pela Iniciativa do Cinturão e Rota, cada vez mais empresas francesas importantes, como a Peugeot, a Citroën e a Decathlon, bem como outras pequenas e médias empresas, estão mostrando interesse pelo serviço, que representa economia tanto no tempo de trânsito como em dinheiro. Ao mesmo tempo, as categorias de carga são diversificadas, variando de autopeças e peças aeronáuticas a produtos médicos e vinhos franceses, acrescentou Wang.

Graças à atualização dos equipamentos dos trens, o Trem Expresso China-Europa poderá atender às demandas mais diversificadas dos clientes, como o transporte refrigerado de produtos agro-alimentares, disse Wang.

Atualmente, a WAE está negociando com os produtores de vinho em Bordeaux para apresentar o famoso vinho desta região em uma plataforma de comércio eletrônico na China, onde os consumidores chineses poderão fazer seus pedidos e esperar que seus vinhos cheguem até a China por esses trens.

"Os produtores de vinho locais estão muito interessados ​​em nosso projeto. Quando o serviço for lançado, a Rota da Seda será também uma Rota do Vinho", disse Wang.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

Artigos Relacionados

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos