Por Qin Ning
Em menos de cinco meses, ocorreram dois acidentes aéreos envolvendo o modelo 737 MAX 8 da Boeing, os quais vitimaram um total de 346 pessoas. Até o momento, dezenas de países e regiões anuanciaram a suspensão de voos do Boeing 737 MAX 8.
Os Estados Unidos ordenaram também, entretanto, a suspensão de todos os aviões modelo Boeing 737 MAX.
Anteriormente, a Boeing havia emitido um comunicado onde afirmava que a segurança era a sua priopridade, e que tinha confiança suficiente relativamente à segurança do avião em causa.
No entanto, a segurança não é algo que possa ser garantido por meras palavras. Sem a sustentação tangível o compromisso não passa da teoria à prática, pondo vidas humanas em causa.
A Boeing deverá fazer uma instrospeção com base na moralidade empresarial e no humanitarismo, ao invés de insistir em discursos nulos sobre a “autoconfiança”.
“Estamos conscientes de que os órgãos de supervisão e os clientes tomaram já as decisões mais adequadas aos seus mercados. Iremos manter contato com eles para assegurar que têm acesso às informações necessárias para garantir a confiança na operação dos aviões”. Tal alegação da Boeing não demonstra o respeito pela vida. Pelo contrário, é pautado pela indiferença e arrogância.
Enquanto gigante da produção de aeronaves, a Boeing tem um desempenho notável na manufatura e venda de aviões de grande porte. A linha Boeing 737 MAX obteve um grande número de pedidos no mercado global, razão pela qual a compahia deveria garantir a segurança aérea.
Os dois acidentes tem vários pontos em comum: os aviões em causa são do mesmo modelo e ambos despenharam-se logo após a decolagem, o que indicia um defeito grave de design.
Independentemente da realidade, a Boeing deveria ter coragem para responder às preocupações públicas. Infelizmente, a resposta não foi satisfatória.
A reação da Boeing é veiculador de interesses. De acordo com o boletim anual, as receitas da Boeing em 2018 foram de US$101 bilhões, dos quais, US$10,46 bilhões foram lucros brutos - um aumento de 19% em termos anuais. Nos quatro setores principais, a faturação de aviões comerciais representa 60% de todas as receitas.
O Boeing 737 MAX é um dos principais aviões no mercado global, sendo um dos modelos mais requisitados à empresa, o que resulta provavelmente na sua atitude ambígua. De fato, é comprensível que uma empresa pondere os interesses comerciais, mas esses interesses não podem sobrepôr-se ao valor da vida humana.
A China foi o primeiro país a anunicar a suspensão das operações do Boeing MAX 8. Os fatos comprovam que a decisão foi acertada. Depois da China, vários países e regiões seguiram a mesma via, o que reflete que a segurança desse modelo é suspeitável.
Se a suspensão do funcionamento do avião causar um efeito dominó, passarão os pedidos de indenização à Boeing a ser uma tendência global?Para a fabricante, garantir a segurança deveria ser a prioridade, pois esta é imprescindível no setor dos transportes aéreos.