O presidente russo, Vladimir Putin, classificou a primeira reunião da cúpula com o presidente dos EUA, Donald Trump, como "bem-sucedida e útil".

Trump, por sua vez, descreveu Putin como um "bom concorrente", ao mesmo tempo que salientou que tal se tratava de um elogio, após uma reunião privada em Helsínquia, na segunda-feira.

Respondendo perante os jornalistas, Putin disse que propostas concretas foram feitas sobre o tema do controle de armas, e também que a Rússia estaria pronta para cooperar na luta contra o terrorismo e na questão da segurança cibernética.

A Rússia reconheceu estar preocupada com a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear iraniano, mas Putin falou com otimismo, dizendo: "a Guerra Fria acabou, os EUA e a Rússia precisam de resolver os problemas juntos".

A reunião encerrou com ênfase na polêmica viagem de Trump à Europa, durante a qual brigou com os líderes da NATO em Bruxelas. A sua visita ao Reino Unido provocou também protestos públicos em larga escala.

Trump teve também que lidar com as notícias de que 12 oficiais russos foram acusados de sabotar as eleições de 2016.

Putin reiterou a sua posição de que a Rússia não se intrometeu nas eleições dos EUA, nem planejou tal ação.

Trump disse que esta primeira cimeira com o presidente russo não foi apenas um evento independente, mas "o início de um processo mais longo de um maior diálogo com a Rússia".

Os dois líderes realizaram já conversações em reuniões multilaterais maiores, mas este foi o primeiro encontro pessoal, privado, apenas com os tradutores presentes.

"Iremos discutir sobre tudo, desde comércio até às forças armadas, mísseis, poder nuclear, China, falaremos um pouco sobre a China – e do nosso amigo em comum, o presidente Xi”, disse Trump antes da sua chegada a Helsínquia.

Trump afirmou que tinha "poucas expectativas" para a reunião e twittou que as relações entre os países nunca estiveram piores, culpando as investigações em andamento sobre a suposta conivência com a Rússia em torno da vitória eleitoral de 2016.

Na sexta-feira, 12 russos foram acusados de sabotar o processo eleitoral, levando algumas pessoas a pedirem que Trump cancelasse as negociações.

Moscou rejeitou as alegações de interferência eleitoral, mas a agência de notícias russa RIA afirmara que Putin está "pronto para o diálogo" sobre o assunto, e que espera que as discussões possam conduzir a uma melhoria das relações entre os dois países.