Juiz absolve Lula em acusação de obstrução de justiça em caso relacionado à Petrobras

Fonte: Xinhua    13.07.2018 14h33

Rio de Janeiro, 13 jul (Xinhua) -- A Justiça brasileira absolveu nesta quinta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) no processo em que era acusado de obstrução de justiça em relação às investigações da Operação Lava Jato.

O juiz da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Ricardo Leite, absolveu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros seis réus ao considerar que não havia provas suficientes para condená-los e que as acusações resultavam apenas de declarações dos delatores do caso. Em setembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) tinha pedido a absolvição de Lula e dos outros acusados.

A acusação da qual Lula foi absolvido era a de que tinha atrapalhado as investigações da Lava Jato, ao supostamente se envolver em uma tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Operação Lava Jato.

Esse foi o primeiro caso em que o ex-presidente se tornou réu na Lava Jato e é também a primeira absolvição nos processos aos quais Lula responde.

A denúncia contra o ex-presidente foi apresentada em maio de 2016 pela Procuradoria Geral. O caso começou em 2015, quando o ex-senador do Partido dos Trabalhadores (PT) e na época líder do governo de Dilma Rousseff no senado, Delcídio Amaral, foi preso após a divulgação de uma gravação na qual oferecia dinheiro para evitar que o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, colaborasse com a Justiça, relatando irregularidades.

Em troca do dinheiro, segundo as investigações, Cerveró não delataria o próprio Amaral, Lula, o empresário José Carlos Bumlai e seu filho e o banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual.

Também foram absolvidos o advogado Edson Ribeiro e o ex-chefe de gabinete de Amaral, Diogo Ferreira.

"O áudio gravado não constitui uma prova válida para dar lugar a qualquer decreto de condenação", assegurou Leite em sua sentença.

Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que o juiz agiu de maneira imparcial ao descartar a acusação com base somente em delação premiada. Disse ainda que o mesmo entendimento deveria ser usado no caso do apartamento no litoral de São Paulo pelo qual Lula foi condenado.

Lula está preso desde 7 de abril para cumprir uma pena de 12 anos e um mês decretada em segunda instância por supostamente ter recebido um apartamento da construtora OAS em troca de suposto favorecimento em contratos com a Petrobras, algo que Lula nega.

Apesar da absolvição de hoje, o ex-presidente é réu em outras cinco ações penais dentro da Lava Jato. 

(Web editor: Chen Ying, editor)

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