Novas descobertas continuaram a aparecer com recurso às novas tecnologias.

Artigo do jade cerimonial chamado de Cong

Por exemplo, em Liangzhu, em Hangzhou, na província de Zhejiang, um local com uma história entre 5,300 a 4,500 anos atrás, os arqueólogos descobriram uma barragem gigante de 3,5km de extensão e com mais de 10 metros de espessura. As ruínas da cidade abrangem 3 milhões de metros quadrados, tendo as suas muralhas entre 40 a 60 metros de espessura. A descoberta foi tornada possível graças a tecnologias de sensoriamento remoto.

“No centro da cidade, encontramos um terraço com 630 metros por 450 metros”, disse. “Algumas das fundações chegam a ter 900 metros quadrados”.

As estimativas apontam para que a cidade inteira tenha necessitado de 10,000 pessoas e de uma década para construir.

A divisão do trabalho, hierarquia de classes sociais e desigualdade na distribuição de riqueza foram também observadas durante o estudo ao local Taosi (4,300 a 4,100 anos atrás), no município de Xiangfen, província de Shanxi, e vários outros locais-chave de ruinas urbanas.

As relíquias terão pertencido à capital do imperador Yao, um governante antigo lendário. Algumas marcas foram descobertas, sendo que se acredita que terão sido um protótipo dos caracteres escritos. Estas marcas parecem, segundo os investigadores, ter sido usadas apenas por um grupo restrito das elites governantes.

 “Há cerca de 5,000 anos atrás, algumas regiões do rio Yangtzé, rio Amarelo e a costa ocidental do rio Liaohe (no nordeste da China), deram entrada na idade da civilização”, disse Wang. Estes locais, prossegue, “controlavam um território limitado, mas tinham conexões econômicas, políticas e culturais uns com os outros”.

Há cerca de 3,750 a 3,550 anos atrás, em Erlitou, Luoyang, na província de Henan, a China deu entrada no que é frequentemente apodado de “idade das dinastias”, mencionou Wang.

 “Erlitou assinala também a altura na qual o centro da China começou a influenciar as áreas circundantes”, disse ele. “Ele [o centro] criou a fundação para um país unido com grupos multiétnicos”.

Comentando o conceito de “civilização”, Zhao Hui, um professor da Universidade de Pequim responsável pelo projeto, disse que os critérios tradicionais aplicáveis na tradição acadêmica ocidental, que enfatizam a presença de carateres escritos e da metalurgia, não foram estritamente usados neste projeto.

O professor refere que a civilização chinesa absorveu influências de várias outras civilizações. Os achados arqueológicos indiciam que o cultivo do trigo, criação de gado bovino e ovino e tecnologias de fundição de bronze originam da Ásia Ocidental e Central, tendo mais tarde sido adotados e adaptados às características locais.

Shen Jiliang, um oficial do Ministério de Educação veio já a público anunciar que as descobertas seriam prontamente incluídas nos currículos escolares.