O presidente brasileiro, Michel Temer, desistiu dos planos de recandidatura na terça-feira e disse que apoiaria o seu ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que irá concorrer pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB).
Temer, cuja taxa de aprovação se resume a um dígito apenas, acompanhando a titubeante recuperação da maior economia da América Latina, após uma recessão histórica, anunciou a sua decisão durante um evento do MDB, confirmando o que já havia sido previsto num artigo da Reuters de segunda-feira.
Temer e Meirelles têm ambos acumulado uma taxa de aprovação abaixo dos 10%.
A decisão do atual presidente foi a primeira de várias já antecipadas para consolidar a corrida presidencial no Brasil, onde anos de escândalos de corrupção e recessão têm vindo a pôr em causa as hipóteses dos candidatos tradicionais.
Durante o fim-de-semana, Temer disse que os partidos centristas do Brasil precisavam de apoiar um candidato se tivessem ambições de vender a eleição presidencial, continuar com as políticas pró-negócios e equilibrar o orçamento federal.
A pressão acumulou-se sobre Temer para passar o legado a Meirelles dentro do partido MDB, no seguimento dos líderes partidários aferirem as chances de vitória do atual presidente e dos candidatos mencionados por aliados-chave.
Com menos de 5 meses até às votações de 7 de outubro, os candidatos ao longo de todo o espetro político estão ainda trabalhando para construir coalizões partidárias, objetivando angariar votos de uma população apreensiva face à classe política.
Os investidores têm estado céticos perante a incerteza em torno da corrida imprevisível, na qual poucos dos candidatos na liderança aceitaram as reformas fiscais de Temer.
Temer ressaltou na semana passada os seus sucessos na revitalização da economia brasileira, redução da inflação e revigoramento das empresas estatais, desde os 2 anos em que assumiu a presidência, no seguimento do impeachment de Dilma Rousseff.
No entanto, a sua taxa de aprovação permaneceu nos 4% nas últimas sondagens.