Seul, 3 mai (Xinhua) -- Um período de paz ganha força na península coreana após a histórica cúpula da semana passada entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder da República Democrática Popular da Coreia (RPDC), Kim Jong Un.
Moon e Kim se encontraram no lado sul-coreano da vila fronteiriça de Panmunjom na última sexta-feira, quando Kim se tornou o primeiro líder da RPDC a pisar em solo sul-coreano, desde o final da Guerra da Coreia, de 1950 a 1953.
Os dois líderes concordaram com a desnuclearização completa e uma declaração sobre o fim da Guerra da Coreia até o final deste ano, que alterará o atual acordo de armistício em um tratado de paz. A península continua tecnicamente em guerra, uma vez que a guerra terminou em armistício.
Como um primeiro passo para uma península coreana livre de armas nucleares, Kim concordou em fechar sem reservas as instalações de testes nucleares de Punggye-ri, no nordeste da RPDC, onde todos os seis testes nucleares foram realizados. Durante a cúpula, Kim disse a Moon que ele convidaria especialistas e jornalistas sul-coreanos e norte-americanos em maio para a Coreia do Norte, para que pudessem testemunhar o fechamento.
Nove entre 10 sul-coreanos avaliaram positivamente o resultado da terceira cúpula intercoreana. De acordo com uma pesquisa da emissora local MBC, 88,7% disseram que a cúpula deu frutos.
Entre os entrevistados, 86,3 % prevêem que a cúpula entre a RPDC e os Estados Unidos dará frutos. Espera-se que Kim e o presidente dos EUA, Donald Trump, realizem a primeira cúpula da história entre RPDC e os EUA, em maio ou início de junho.
Os resultados foram baseados em uma pesquisa feita com 1.023 eleitores, realizada pelo Centro de Pesquisas Coreanas, de domingo a segunda-feira. Com 3,1 pontos percentuais na margem de erro e um nível de confiança de 95%.
Especialistas sul-coreanos disseram à emissora local YTN que a Coreia do Norte demonstrou sinceridade em relação à desnuclearização, aumentando a possibilidade de sucesso para a cúpula RPDC-EUA.
Enquanto isso, Moon pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) para observar uma planejada paralisação das instalações de testes nucleares da RPDC, em conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, António Guterres, na terça-feira.
Para aliviar a tensão militar na península, a Coreia do Sul iniciou, na terça-feira, a retirada dos alto-falantes usados para a guerra psicológica contra a Coreia do Norte, nas áreas de fronteira da linha de frente. Foi informado que Coreia do Norte também removeu os alto-falantes de propaganda no mesmo dia.
Sob a Declaração de Panmunjom, assinada e anunciada por Moon e Kim após a cúpula, os dois lados concordaram em mudar a linha de demarcação militar (LDM), que dividiu as duas Coreias desde o fim da Guerra da Coreia, em uma verdadeira zona de paz, paralizando todos os atos hostis em direção um ao outro.
Antes da cúpula, a Coreia do Sul já havia parado de enviar transmissões anti-RPDC através dos alto-falantes.
De acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), a Coreia do Norte irá redefinir o horário de Pyongyang para GMT + 09: 00, meia hora mais cedo do que o atual, a partir de 5 de maio, a fim de "unificar o fuso horário do norte e do sul".
Durante sua reunião de cúpula com Moon, Kim propôs unificar o fuso horário das duas Coreias, antes de qualquer coisa, dizendo: "foi um choque doloroso ver dois relógios, indicando as horas de Pyongyang e de Seul, na parede do local do encontro".
Anteriormente, a Coreia do Sul e a RPDC usavam um horário oficial idêntico. Em agosto de 2015, quando as relações intercoreanas se deterioraram, a Coreia do Norte reduziu seu horário oficial em 30 minutos.