EUA publicam proposta de lista de produtos chineses sujeitos a possíveis tarifas

Fonte: Xinhua    04.04.2018 13h31

Washington, 4 abr (Xinhua) -- O Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, em inglês) publicou na terça-feira uma proposta de lista de produtos chineses sujeitos a uma possível tarifa adicional de 25% em meio a uma forte oposição da China e das empresas norte-americanas.

A lista abrange cerca de 1.300 produtos importados da China, incluindo das indústrias aeroespacial, de tecnologia da informação e comunicação, robótica e de maquinaria, indicou o USTR, acrescentando que os produtos têm um valor comercial anual de cerca de US$ 50 bilhões.

A China enfatizou que está disposta a tomar todas as medidas necessárias para defender seus interesses legítimos e que espera lidar de forma adequada com a disputa comercial com os EUA através do diálogo e consultas.

"Não queremos uma guerra comercial, mas não estamos com medo dela. Se alguém insistir em iniciar uma guerra comercial, combateremos até o final", disse na terça-feira Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.

Os EUA devem adotar uma posição racional, escutar o apelo das empresas e pessoas comuns, descartar o unilateralismo e o protecionismo comercial, lidar com a disputa através de diálogo e consultas e trabalhar com a China por um desenvolvimento firme e saudável do comércio bilateral a fim de beneficiar os dois povos, disse o porta-voz.

A lista proposta tem como base uma investigação da Seção 301 sobre as práticas supostas de propriedade intelectual e transferência de tecnologia da China empreendida em agosto de 2017 pela administração de Trump.

Nas últimas semanas, grupos empresariais da China e dos EUA advertiram à administração de Trump que não continue adiante com seu plano de tarifas sobre as importações chinesas porque elevaria os custos para os consumidores e companhias norte-americanas, além de ter um efeito negativo nos mercados financeiros.

"Impor impostos sobre produtos utilizados diariamente pelos consumidores e criadores de emprego norte-americanos não é jeito" para se resolver os assuntos comerciais entre os EUA e a China, disse na terça-feira Myron Brilliant, vice-presidente executivo e chefe dos assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA.

Na semana passada, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, disse que se atravessaria um período de comentários de 60 dias depois que a administração divulgasse a proposta de lista de tarifas e que existia "a esperança" de que as negociações comerciais entre a China e os EUA pudessem conduzir a um resultado frutífero.

Embora os EUA e a China tenham dois sistemas econômicos muito distintos, é muito possível que a relação comercial bilateral possa chegar a um destino bom depois de superar uma série de dificuldades no transcurso dos anos, disse Lighthizer em uma entrevista à CNBC. 

(Web editor: Chen Ying, editor)

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