Beijing, 3 abr (Xinhua) -- No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado na segunda-feira, médicos chineses pediram por um diagnóstico e tratamento mais cedo para as crianças com espectro do autismo.
"Se os pais descobrirem as características iniciais de autismo em suas crianças e intervirem de maneira adequada, a maioria das crianças poderá ver a melhora na qualidade de vida", disse Wu Lijie, professor da Universidade Médica de Harbin. "Alguns até poderão viver, estudar, e trabalhar de forma independente quando crescerem".
Segundo a Associação Médica Chinesa, as crianças com espectro podem ser incapazes ou terão dificuldades para conversar. Eles também têm dificuldades em ver ou apontar objetos.
"Esses são todos os sinais óbvios para os pais", disse um médico da associação.
O autismo é uma perturbação do desenvolvimento neurológico, caracterizado por graus variados de deficiência em habilidades de comunicação e interações sociais, e por padrões restritos e repetitivos de comportamento.
Nenhum tratamento efetivo foi descoberto para a cura do autismo.
Os cuidados para uma criança com espectro de autismo exigem entre seis a oito membros da família em média na China, disse o médico.
A intervenção precoce chave está nos centros de terapia. Uma vez que as crianças com o espectro frequentemente lutam para acompanhar seus colegas, elas podem se beneficiar ao participar de centros onde suas necessidades específicas podem ser atendidas.
Yang Jianjun, que tem um filho autista, abriu um desses centros em Changzhou, Província de Jiangsu. O centro tem 50 alunos com idades entre 8 e 25 anos divididos em 10 turmas. Os alunos se concentram em jardinagem, culinária, carpintaria, música e desenho.
"Embora atualmente haja milhares de centros de terapia de autismo na China, o meu é especial porque aceita não apenas crianças mas também adultos", disse Yang.
O autismo era desconhecido no geral para muitos chineses até poucos anos atrás. Campanhas bem sucedidas têm financiado programas e pesquisa acadêmica sobre o autismo.
Yu Xiaotong, membro da Associação Chinesa de Pesquisa da Velhice, está dirigindo uma equipe de pesquisa usando acupuntura para tratar o autismo com a medicina tradicional chinesa.
Na Universidade de Zhejiang, Luo Jianhong e sua equipe publicaram importantes descobertas de sua pesquisa em autismo em 1º de março no Neuron, um jornal de neurociência. A pesquisa de Luo, conduzida em ratos, sugeriu que por certos manejos interneuônios, os déficits sociais dos autistas podem ser diminuídos na idade adulta.
A universidade elogiou a pesquisa, dizendo que ela pode causar uma "revolução terapêutica".