Por Hu Yao
Macau, 22 mar (Xinhua) -- A China intensificou sua cooperação econômica e comercial com os países de língua portuguesa (PLPs) nos últimos 15 anos e tem se dedicado à expansão da cooperação com esses países em mais setores, informaram na quarta-feira funcionários de alto escalão ao participar de um simpósio.
O simpósio, organizado pelo Fórum para Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau), também conhecido como Fórum de Macau, foi um evento para celebrar o 15º aniversário do estabelecimento do fórum.
O Fórum de Macau serve como uma plataforma importante entre a China e os países lusófonos, já que ajudou a promover laços mais estreitos entre os governos dos países, impulsionar sua cooperação econômica e comercial e ampliar a cooperação em mais setores, disse a secretária-geral do fórum, Xu Yingzhen, na cerimônia de abertura.
O valor total do comércio de mercadorias entre a China e os PLPs atingiu US$ 117,588 bilhões em 2017, em comparação com os US$ 6,056 bilhões em 2002, segundo os dados da Administração Geral das Alfândegas.
Os PLPs também venderam produtos no valor de US$ 81,008 bilhões para a China em 2017, uma alta anual de 32,18%, mostraram os dados.
Enquanto isso, o investimento direto da China nos PLPs totalizou US$ 399 milhões em 2016, um aumento significante de 263,7% em relação ao ano anterior.
O Fórum de Macau tem influência vasta na cooperação chinesa com os países lusófonos, e sua cooperação econômica e comercial mantém ímpeto sólido com a Iniciativa do Cinturão e Rota, afirmou Sun Tong, diretor do Departamento dos Assuntos de Taiwan, Hong Kong e Macau do Ministério do Comércio da China.
A China é o maior parceiro comercial dos PLPs, dos quais o Brasil foi o maior parceiro comercial da China com um valor total do comércio bilateral de mercadorias chegando a US$ 74,81 bilhões em 2017, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Comércio.
Entre os PLPs, Angola e o Brasil são os principais destinos para o investimento chinês, e a China se tornou o maior investidor estrangeiro em Moçambique em 2017.
A China e os PLPs também fortaleceram suas visitas de alto nível nos últimos 15 anos. O país estabeleceu uma parceria estratégica abrangente com Portugal e o Brasil em 2005 e 2012, respectivamente, e retomou sua relação diplomática com São Tomé e Príncipe em 2016.
Em outubro de 2016, durante a 5ª Conferência Ministerial do Fórum para Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa em Macau, a China anunciou que adotaria 18 novas medidas nos próximos três anos para impulsionar as relações entre a China e os PLPs em setores como capacidade de produção, infraestrutura, cooperação marítima, trocas culturais e formação.
A China também prometeu dar pelo menos 2 bilhões de yuans (US$ 316,5 milhões) em assistência para ajudar a desenvolver a agricultura, facilitar o comércio e investimento, prevenir e controlar a malária e realizar pesquisas de medicina tradicional nesses países.
Desde 2011, um total de 36 workshops foi criado em Macau e mais de 900 funcionários públicos e pessoal técnico de alguns dos países lusófonos (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste) participaram dos workshops.
A cooperação entre a China e os PLPs alcançou resultados frutíferos e ainda possui potencial abundante, apontou Malam Sambu, embaixador de Guiné-Bissau na China.
Além da cooperação econômica e comercial, a China e os PLPs podem reforçar a cooperação em capacidade de produção, infraestrutura, transferência técnica e muitos outros setores, que são benéficos para todos, acrescentou.