Rio de Janeiro, 6 mar (Xinhua) -- O Brasil protestou nesta segunda-feira ante a Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os planos do governo dos Estados Unidos de impor novas tarifas à importação de aço e alumínio e pediu que a Casa Branca repense sua decisão.
Na semana passada, o presidente norte-americano Donald Trump anunciou que iria elevar a tarifa de importação de aço e alumínio em 25% e 10%, respectivamente, o que levou vários governos a alertarem sobre uma eventual retaliação.
Segundo a chancelaria brasileira, o país insistiu na reunião da OMC que o sistema "não vive tempos normais" e que a entidade "enfrenta sérios desafios, mesmo existenciais".
"No centro da ameaça está o protecionismo", disse o governo brasileiro, sem citar nominalmente os EUA. "O recente anúncio unilateral por um importante membro eleva essa ameaça a um novo patamar", acrescentou.
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que, se a medida for aplicada, a indústria brasileira poderia sofrer um prejuízo de US$ 3,15 bilhões anuais.
O anúncio norte-americano levou também à realização nesta segunda-feira de um protesto organizado pela Força Sindical em frente ao consulado dos EUA na cidade de São Paulo.
Para a central sindical, a sobretaxação das exportações brasileiras de aço e alumínio afetará a produção nacional e, em consequência, a criação de empregos no Brasil.
A Polícia Militar fez um cordão para impedir a entrada de pessoas no consulado, que suspendeu durante todo o dia os serviços de solicitação de vistos.