80 Anos após o Massacre de Nanjing, ocasião para “relembrar” e “inspirar”

Fonte: Diário do Povo Online    12.12.2017 16h50

Uma atividade em memória do 80º aniversário do Massacre de Nanjing, perpetrado pelo exército japonês durante a Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa (1931-1945), reuniu centenas de ativistas e membros de várias comunidades de países asiáticos em São Francisco, no domingo.

O evento, realizado anualmente ao longo dos últimos 20 anos, visa expor os crimes cometidos pelo exército japonês no massacre e apela a que episódios como este nunca sejam esquecidos.

“O exército japonês violou descaradamente as convenções internacionais e cometeu uma brutal atrocidade em Nanjing, onde 300 mil chineses foram mortos e um terço dos edifícios foram destruídos”, disse Zha Liyou, cônsul-geral interino da China em São Francisco.

As tropas japonesas ocuparam Nanjing, então capital da China, no dia 13 de dezembro de 1937, tendo depois iniciado um massacre que se prolongou por mais de 40 dias. Dezenas de milhares de mulheres foram violadas durante esse período.

“Nossas histórias estão relacionadas. O destino de mais de 400 mil mulheres escravizadas sexualmente pelo exército japonês durante a Guerra Mundial II é uma parte inalienável dos acontecimentos que tiveram lugar durante o Massacre de Nanjing,” disse Judith Mirkinson, presidente da Coalizão da Justiça das Mulheres do Conforto.

Mirkinson referiu que o Século XX tem sido apelidado como o século mais violento da história mundial, e que a garantia da paz no Século XXI só pode ser assegurada através da reconciliação com a realidade.

“A reconciliação não chegará sem a realidade. O governo japonês tem de reconhecer os seus crimes”, acrescentou. 

“Eles têm de trazer justiça aos que sobreviveram ao Massacre e à memória do que ali aconteceu”, afirmou.

Desde a invasão japonesa no Nordeste da China, em setembro de 1931, à invasão integral, iniciada a 7 de julho de 1937, cerca de 35 milhões de soldados e civis chineses foram mortos ou feridos durante a ocupação, que durou até 1945.

Objetivando homenagear as vítimas e os sobreviventes, bem como garantir a justiça e a perpetuação da paz, a comunidade chinesa em todo o mundo uniu-se este ano em memória deste evento histórico, designado pelo governo chinês como o Dia Memorial Nacional para as Vítimas do Massacre de Nanjing.

Em 2015, o Massacre de Nanjing foi catalogado pela UNESCO no Registro da Memória do Mundo, o qual consiste no legado do passado deixado à comunidade mundial presente e futura. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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