O Comitê Central da União Nacional Africana do Zimbabwe-Frente Nacional (Zanu-PF) votou no domingo a favor da destituição de Robert Mugabe da liderança do partido, afirmando que ele teria de se demitir até ao meio-dia de segunda-feira, sob pena de ter início um processo de impeachment.

O partido na liderança, durante um encontro especial do seu comitê central, anulou a expulsão do ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa, restaurando o seu estatuto enquanto membro do comitê central.

O congresso do partido para o próximo mês irá ratificar a eleição de Mnangagwa como presidente e primeiro secretário do Zanu-PF.

O vice-presidente Phelekezela Mphoko foi destituído da posição de vice-presidente e segundo secretário do partido.

Mphoko; a Primeira-dama Grace Mugabe; o ministro do Governo Local, Desenvolvimento e Alojamento Nacional Saviour Kasukuwere; o ministro das Finanças e Desenvolvimento Econômico Ignatius Chombo, o ministro da Juventude, Indignação e Empoderamento Econômico Patrick Zhuwao, foram todos destituídos do partido.

O secretário das Finanças, Overt Mpofu liderou o encontro. Com 201 membros participantes, o quórum necessita de 141 membros para fazer passar as decisões.

Mugabe, entretanto já se pronunciou durante um discurso televisivo de 20 minutos, desafiando seus opositores e ficando à mercê de um impeachment.

No discurso, Mugabe recusou-se a reconhecer legitimidade à decisão que o afasta do cargo da liderança do partido, afirmando que “não podemos ser guiados pelo rancor nem pela vingança”.

Chris Mutsvangwa, líder dos veteranos, anunciou, entretanto, que serão desencadeados os procedimentos parlamentares para a destituição de Mugabe.