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Xi Jinping e sua era

Fonte: Xinhua    17.11.2017 09h27
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Beijing, 17 nov (Xinhua) -- Na manhã de 18 de outubro, Xi Jinping leu da tribuna do Grande Palácio do Povo o relatório para o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh).

O relatório de 32 mil carácteres chineses, o documento político mais importante do PCCh nas últimas décadas, foi aplaudido mais de 70 vezes pelos delegados ali presentes.

No relatório, Xi disse que o socialismo com características chinesas cruzou o limiar para uma nova era.

"Essa é uma nova conjuntura histórica no desenvolvimento da China," declarou ele.

O relatório foi traduzido para 10 línguas. A maior parte dos tradutores usaram a palavra "poderosa" para descrever suas primeiras impressões.

"Na primeira vez que eu li o documento, eu fui absorvida por ele. Eu lia ele de manhã até a meia-noite e chegava até a me esquecer das refeições", disse a tradutora e linguista Olga Migunova, da Rússia.

Com este relatório político e o congresso, Xi, que é o núcleo do Comitê Central do PCCh e de todo o Partido, vê a China em um novo ponto de partida histórico, disse Robert Lawrence Kuhn, presidente da Fundação Kuhn dos EUA e especialista em estudos sobre a China.

Na primeira sessão plenária do 19º Comitê Central do PCCh em 25 de outubro, Xi foi reeleito secretário-geral do Comitê Central do PCCh. A imprensa e os observadores, no país e no exterior, acreditam que Xi é o homem certo para liderar a China.

Em 1949, Mao Zedong anunciou a fundação da República Popular da China, dando fim a um século de humilhação nas mãos dos agressores estrangeiros.

Deng Xiaoping, o arquiteto da reforma e abertura da China, abriu caminho para a nação enriquecer.

Os próximos cinco anos entre os 19º e 20º Congressos do Partido é o período no qual os objetivos das Duas Metas Centenárias convergirão, disse Xi ao apresentar a nova liderança central do PCCh para a imprensa.

"Devemos não só alcançar a primeira meta centenária, mas também iniciar a viagem rumo a segunda", disse Xi, prometendo trabalhar diligentemente para "cumprir com o nosso dever, com a nossa missão e merecer a confiança dos membros do PCCh".

Ele enfatizou que os comunistas chineses "devem sempre ter um espírito jovem e servir a população para sempre, além de serem a vanguarda dos tempos e a espinha dorsal da nossa nação".

O HOMEM QUE FAZ AS COISAS ACONTECEREM

Cinco anos atrás, Xi, referido pela mídia como o primeiro líder do PCCh na era das redes sociais, liderou os outros membros recém-eleitos do Comitê Permanente do Birô Político do 18º Comitê Central do PCCh para se reunir com a imprensa.

"Em apenas alguns minutos, o homem que lideraria a nação mais populosa do mundo nos próximos 10 anos definiu sua agenda. Em resumo: tornar a nação chinesa grande novamente, lidar com as queixas do povo e erradicar a corrupção.... Xi usou palavras de fácil entendimento para àqueles que não são membros do Partido", comentou o Financial Times.

"Ele parece ter personalidade e força política para começar tudo rápido e de um jeito diferente", disse o relatório citando Joseph Fewsmith, especialista em política chinesa da Universidade de Boston.

Mesmo elogiando seu comportamento tranquilo e confiante, muitos quiseram "pagar para ver", já que o novo líder chinês enfrentaria uma miríade de problemas: desaceleração econômica, crescimento na disparidade de renda, corrupção e problemas ambientais.

A fase do "pagar para ver" é passado. Alguns falam até de uma "mudança histórica" ao descrever o que aconteceu nos mais de 1,8 mil dias posteriores.

Um total de 360 importantes planos de reforma foi elaborado e mais de 1,5 mil medidas de reforma foram lançadas, estabelecendo um quadro geral para a reforma nas principais áreas e dando ímpeto maior para o crescimento.

A economia expandiu à taxa anual média de 7,2% entre 2013 e 2016, ultrapassando o crescimento mundial médio de 2,5%.

Mais de 60 milhões de pessoas disseram adeus à pobreza.

Centenas de funcionários públicos nos níveis provincial e de corpos, ou nos níveis superiores, foram investigados por corrupção. Uma campanha contra os estilos de trabalho indesejáveis garantiu que o Partido com 89 milhões de membros se tornasse mais puro e crescesse mais forte.

O exército chinês, com mais de dois milhões de membros, transformou seu ambiente político, sua forma organizacional, seu sistema de força militar e seu estilo de trabalho.

Aplicou-se o "mais rigoroso sistema de proteção ambiental" e grande número de funcionários públicos foram punidos por trabalhos insatisfatórios neste campo.

Além disso, o país fez importantes progressos nas áreas científicas e tecnológicas, logrando sucessos em projetos como o laboratório espacial, submersível, radiotelescópio e satélite quântico.

Pela primeira vez em mais de seis décadas, os líderes através do Estreito de Taiwan se encontraram pessoalmente.

A China está construindo um novo tipo de relações entre grandes países com os Estados Unidos e a Rússia.

A moeda chinesa, o renminbi ou yuan, juntou-se à cesta de Direitos Especiais de Saque do Fundo Monetário Internacional (FMI) e uma proposta relativa a "uma comunidade de futuro compartilhado" e a Iniciativa do Cinturão e Rota foram incorporadas em resoluções da Organização das Nações Unidas.

Nada disso foi fácil, mas Xi e seus colegas fizeram as coisas acontecerem, sendo a vontade e o compromisso inabalável de Xi cruciais para a causa.

"Se o Partido e o povo precisarem que nós nos dediquemos, devemos fazê-lo sem hesitar... Se nós não fizermos, como poderemos pedir para que os outros façam?" disse Xi numa reunião com a participação dos membros do Birô Político do Comitê Central do PCCh.

O roteiro de Xi para o futuro da China é inspirador: uma abordagem de dois passos para tornar a China num "poderoso país socialista modernizado" após ter-se realizado a construção de uma sociedade modestamente próspera até 2020. A modernização socialista será basicamente alcançada no período entre 2020 e 2035. De 2035 até meados do século, a China se tornará em um poderoso país socialista modernizado que seja próspero, forte, democrático, culturalmente avançado, harmonioso e belo.

Até lá, a China será líder mundial em termos de força nacional composta e influência internacional. A prosperidade para todos será basicamente alcançada, um projeto que a nação chinesa tem buscado desde a Guerra de Ópio (1840-1842).

Neste momento Xi é, sem dúvidas, o timoneiro que conduzirá a China rumo a este grande sonho.

Xi foi descrito pela mídia como enérgico, ambicioso, sóbrio e pioneiro.

Em uma pesquisa publicada pelo Centro Ash para Governança Democrática e Inovação, da Harvard Kennedy School, Xi recebeu a mais alta avaliação entre 10 líderes mundiais. Ele também ficou no topo de uma avaliação onde entrevistados avaliam os seus próprios líderes.

Uma reportagem da Nikkei de 19 de outubro disse que Xi elaborou o plano de desenvolvimento nacional para os próximos 30 anos, e deverá garantir que a China recupere seu status como potência mundial.


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