A ministra do Mar de Portugal, Ana Paula Vitorino, encontra-se atualmente na China para intensificar junto das entidades chinesas a colaboração e criação de projetos conjuntos no âmbito da economia do mar.
A visita visa explorar novos campos de ação, para além dos estabelecidos num memorando de cooperação firmado no ano passado entre a ministra e o seu homólogo chinês, Wang Hong, diretor da Administração Oceânica Estatal da China.
A ministra do Mar de Portugal Ana Paula Vitorino concede uma entrevista coletiva à imprensa (Foto: Embaixada de Portugal em Beijing)
“Entendemos agora que devemos alargar esse memorando a três vertentes: não só investigação científica mas também na área empresarial e na área ligada à governança do mar”, disse a ministra, apelando à coordenação de esforços para uma “governação concertada e regras muito específicas para a sustentabilidade marítima”.
“Queremos aprofundar a cooperação também noutras áreas, nomeadamente a investigação que se faz na China sobre o Pacífico e a investigação que se faz em Portugal sobre o oceano Atlântico”, referiu Ana Vitorino, destacando a formação profissional, formação científica e projetos de investigação conjuntos.
Do ponto de vista económico, os encontros bilaterais resultaram já em “perspetivas de haver alguns consórcios e parcerias para que se possa avançar em projetos de investimento, quer em Portugal, quer em alguns projetos de parceria também na China e em países terceiros”.
Em cima da mesa estão, entre outros planos, o investimento chinês nos portos portugueses.
“Os nossos portos funcionam em rede. O porto de Sines funciona para transhipment, os outros portos são pequenos hubs a nível ibérico. Enquanto Sines tem uma escala global, os outros portos têm uma escala europeia”, referiu.
A atividade conjunta sino-portuguesa é também incluída na iniciativa chinesa do Cinturão e Rota, a qual a ministra descreve como uma “estratégia extremamente importante, inteligente e impactante a nível internacional”.
“É uma rota que tem um ponto fundamental de cruzamento com a rota norte-sul do Atlântico. Nesse ponto de cruzamento está Portugal”, afirmou.
Vitorino salientou ainda o potencial da coordenação de esforços entre os dois países no âmbito da sustentabilidade marítima, fazendo referência aos eventos internacionais relacionados com o oceano: “Há dois países que estão sempre lá: Portugal e a China”.
“A economia do mar só é verdadeiramente uma economia azul se for sustentável do ponto de vista ambiental. Isto é incontornável, porque não existe plano B. Tem que correr bem à primeira, pois não temos outro oceano”, vincou.
Ana Paula Vitorino encontra-se numa visita de 8 dias à China, acompanhada por uma comitiva de empresários e gestores portuários. Além da capital, o roteiro da visita inclui também as cidades de Shanghai e Xiamen, onde a ministra irá participar na abertura da Semana Mundial dos Oceanos 2017.