Cooperação oceânica Portugal-China navega a favor da corrente com nova “Parceria Azul” (3)

Fonte: Diário do Povo Online    30.10.2017 16h39

Com efeito, a realização do evento surge, em parte, no seguimento de uma declaração de Xi Jinping, aquando de uma passagem pela ilha Terceira, nos Açores, em 2014. O embaixador, que testemunhara a ocasião, evocou as palavras de Xi: “Os países que têm longas linhas costeiras e recursos marítimos abundantes, como a China e Portugal, têm que reforçar a sua cooperação no desenvolvimento de uma economia dos oceanos”.

A ministra portuguesa do Mar, Ana Paula Vitorino aludiu à presença constante dos mares nos contactos pioneiros entre Portugal e a China, enquanto “elo de ligação no comércio e na construção cultural entre os nossos países”, para daí fazer uma retrospetiva e delineação do potencial da cooperação bilateral.

A China e Portugal colaboram já sob o enquadramento do programa Building Blue Partnerships for Advancing Global Governance da ONU. Ambos colocaram já “o desenvolvimento da economia marítima no topo das suas agendas políticas abordando a economia azul de forma integrada”, salientou.

O potencial desta parceria ganha especial relevância se for tida em conta a amplitude da soberania territorial marítima das duas nações.

A China, atualmente o 10º maior parceiro de negócios de Portugal e um forte investidor no país, aloja a 13ª maior zona económica especial (ZEE) do mundo. É atualmente também um dos países a investir mais na investigação, desenvolvimento e inovação marítima, de acordo com o relatório The Ocean Economy in 2030 da OCDE.

Portugal, por seu turno, ocupa a 9º posição global ao nível da fatia do PIB alocada para o setor marítimo. Ana Paula Vitorino afiançou que “a nossa ambição é ir muito mais longe. Queremos, pelo menos, duplicar o seu valor até ao final da década, passando Portugal a figurar entre as 5 economias do mundo com maior peso nas atividades marítimas”.

Entre os vários domínios já referidos de desenvolvimento marítimo, Vitorino conferiu ainda destaque à presença do porto de Sines no top 15 europeu e ao ritmo de crescimento total dos portos portugueses, apresentando um crescimento recente superior a 20%.

Wang Hong, por sua vez, descreveu os oceanos como “um elo de ligação mundial e um portal para receber de braços abertos o futuro”. Deste modo, o diretor frisou que a cooperação marítima se define como um dos componentes importantes da cooperação bilateral, sendo pautada “por três pilares: inclusividade, pragmatismo e benefícios recíprocos”.

O administrador da AEOC deixou ainda o apelo para a criação de plataformas de cooperação aos níveis governamental, empresarial e popular, por forma a incrementar o intercâmbio tecnológico e cultural no domínio dos oceanos e, deste modo, contribuir para alcançar os pressupostos da Nova Rota da Seda do Séc. XXI.

O evento contou, por fim, com um primeiro turno — estando o segundo agendado para Shanghai— de sessões business to business, com vista à criação de um quadro de cooperação portuária e empresarial entre Portugal e a China. 


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(Web editor: Renato Lu, editor)

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