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Conflitos comerciais de Trump com a China teriam sérias consequências, segundo especialista

Fonte: Xinhua    30.08.2017 09h48

Washington, 30 ago (Xinhua) -- As ações punitivas da administração do presidente Trump contra a China teriam sérias consequências para as empresas e consumidores dos EUA, disse Stephen Roach, um especialista em China da Universidade de Yale, em uma coluna publicada pela Project Syndicate na segunda-feira.

O Representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, iniciou formalmente uma investigação sobre as práticas de propriedade intelectual da China de acordo com a Seção 301 da lei comercial dos EUA (US Trade Act) de 1974. A lei, muito usada nos anos 80 e início dos anos 90, permite ao presidente dos EUA, Donald Trump, impor unilateralmente tarifas ou outras restrições comerciais sobre mercadorias importadas da China.

"Em um relacionamento co-dependente, quando uma parte altera os termos de compromisso, o outro se sente desprezado e responde invariavelmente na mesma moeda. O mesmo pode ser esperado das economias e seus líderes," disse Roach, um membro sênior do Instituto Jackson para Assuntos globais na Universidade de Yale.

O porta-voz do Ministério do Comércio da China disse na semana passada que a China tomaria "todas as medidas apropriadas" para defender seus interesses legais em resposta à investigação dos EUA. Tendo em vista as possíveis consequências da retaliação chinesa, Roach disse que poderia haver três consequências econômicas.

Em primeiro lugar, impor tarifas sobre as importações de produtos e serviços chineses seria o equivalente funcional de um aumento de impostos para os consumidores americanos. "A possibilidade de maiores preços de importação e potenciais efeitos de repercussão sobre a inflação subjacente atingiria os trabalhadores da classe média dos EUA, que enfrentaram mais de três décadas de estagnação salarial real, especialmente duras," disse Roach.

Em segundo lugar, a China poderia reduzir a compra dos títulos do Tesouro dos EUA, aumentando as taxas de juros nos Estados Unidos, o que poderia diminuir o crescimento econômico.

Em terceiro lugar, as empresas norte-americanas podem ser prejudicadas, já que outros países podem restringir o acesso dos EUA aos seus mercados em retaliação. "Isso poderia prejudicar severamente o estímulo da fabricação, que parece tão importante para a promessa da presidência de Trump de 'tornar a América grande de novo'," acrescentou Roach.

"A América não detém o trunfo em sua relação econômica com a China," disse Roach. "Endurecer com a China, ignorando essas consequências, pode ser um erro de proporções gigantescas".

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